sexta-feira, 27 de março de 2009

Desinfeliz de Hoje: O jornaleco

Gente, existe bicho mais deselegantemente desinfeliz que o cueca-vagabundo? Não digo aqueles clássicos, estilo Charles Chaplin ou mesmo aqueles com jeitinho cafajeste, que de alguma forma irracional nos provoca certa simpatia. Me refiro aos Vagabundos profissionais, com V maiúsculo, algo além de uma simples e insignificante forma de viver. Aqueles que vêem na malemolência uma espécie de religião. E das mais preconceituosas, onde os não seguidores são quase seres do inferno. Aliás, eles merecem até nosso costumeiro e novato jargão: “INFERRRNO DE GENTE!”.
Bom, creio que vocês já identificaram o tipo. Porém, para nosso destempero, existem os que ousam, além de verbalizar, imprimir suas ladainhas em um jornaleco de zil categoria, se é que se pode classificar nisso, que não serve nem para pôr debaixo da terra de meu gato.
Um desses tablóidezinhos com sujeitinhos aspirantes a paparazzos de porta de cadeia e briga de puta por ponto, que gastam árvores e árvores com matérias ‘CTRL+C e CTRL V’ de emails de lendas urbanas, piadas desgraçadas e fotos e mais fotos de caboclo com as tripas de fora e presuntos em geral.
Reconheço que cada um tem sua escolha. Se esses indivíduos optaram por essa ‘profissão’ e existem leitores desavisados para isso, fodam-se! Mas não se metam a querer falar de assuntos um pouco mais complexos. A verdade e o bom senso não estão nos aguardando em nossas caixas de mensagens.
Se a água começou a bater na bunda, seus cabelos começaram a cair, a barriga a comichar e vocês começaram a sacar que é legal ter uma profissão real, vão nessa, galera, ainda dá tempo de muita coisa. Mas não venham falar, pensar, muito menos vomitar letras impressas sobre a minha profissão.
Ela não foi achada debaixo da caixa de terra do gato ou embrulhada em cachos de banana. Ela foi obtida através de muitos anos de leitura técnica e chata, perdas de sono, disparates nervosos, filhos carentes, noites de frio, calor e com chuvas de besouros! Foram leituras de livros que me imprimiram mais letras do que todos os exemplares de todas as edições de seu inútil passatempo.
Acordamos cedo, trabalhamos muito e dormimos bem tarde. Talvez, por isso, não havíamos percebidos vocês antes. Esgueirados como cegonhas (ou castores?), quando observam o buraco de um rato, vocês são incapazes de farejar a sua caça e de obtê-la, mas sabem como se esconder nas frestas das portas até adentrar sorrateiramente nos setores públicos e tirar suas impressões venenosas para publicá-las, com os cotovelos latejando.

É, não contávamos com sua astúcia, portanto, o título de “Desinfeliz” de hoje vai honrosamente a vocês. Sem aplausos, galera.

PS. Eu assino e o que eu escrevo CORRESPONDE a opinião do blog sim.

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