quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Boa Prosa Balzaquiana

E isso aí, meu povo!
Você que é de Little Gold ou da região, que estiver naquela ressaca de espumante barata e muita gordura de pernil amanhecido boiando na pança...
Você que não aguenta mais teus priminhos maleditos lambuzando de chocolate o teu micro e berrando como bezerros desmamados no teu barraco...
Você, como um(a) legítimo balzaquiano, que sabe onde era a Taberna Gaúcha... (Inclusive suas lendas pecaminosas...)

Fica a dica...

E vamos segurar esse galo!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Natal

Tá, eu também não me sinto muito virtuosa em épocas natalinas. Só não é pior porque é verão, ou pelo menos era para ser se não fosse esse climinha doido.

Mas como Angel detonou a festa, vou tentar achar pontos positivos, para não magoar tantos cristãos.

Não há como negar que multidões desesperadas por compras, musiquinhas cretinas e mutilações em árvores me dão nojinho, mas não posso negar que amo todas as calorias natalinas pururucando minha celulite.

Como minha família não é lá muito unida, é a época de mendigar família alheia e por sorte, ou espírito natalino na veia, sempre consigo e sou muito bem recebida e mimada, desde que leve o goró pra não dar prejú.

Eu já desencanei de dar presentes, afinal, o níver é de JC e não da parentada. Essa maldita tradição acaba com meu sonhado 13º, que a gente planeja o que fazer com ele o ano todo, mas acaba gastando em ‘lembrancinhas’. Aliás, ficaram meras ‘lembrancinhas’ do meu 13°.. Entrou e saiu furtivamente da minha conta, como um papai noel pela chaminé. Fumaceou e a coisa continuou preta.

Esse ano também não tenho cartinha pra ele. To pedindo direto ao aniversariante, mesmo não tendo enviado nenhum cartãozinho virtual de feliz nivers a ele. Ow, pessoinhas ingratas, somos nós!

Mas mandei um scrap para São Pedro, pra ver se o cara dá uma amenizada na água. Afinal, minhas férias estão chegando e meu corpinho está pra lá de pálido. Água só de praia, de côco e daquela que passarinho num bebe, mas sofre depois.

Eu sei que prometi ressaltar os pontos positivos da festa, mas não posso deixar de mostrar meu emputecimento nessa época quando as pessoas vítimas de alguma desgraça sofrem mais por ser época de natal do que pela desgraça de fato. É sempre aquela conversinha: “Ai, logo nesta época... Estragou o Natal de todo mundo...”. Nunca diriam: “Ai, em pleno Carnaval” ou até mesmo “Ai, meu dia de Tiradentes nunca mais será o mesmo...”

Mas... o bom mesmo são esses feriados banhados a muito álcool, carvão e gordura, a cidade bombando de amigos que a gente só encontra nessa época, o povo falso do teu trampo, com pedaços de panetones e rancores entre os dentes, te sorrindo todo faceiro...

Ah... Rudolf, crie vergoinha no resto da cara e puxe minha semaninha pra sexta-feira logo!!


Bom Natal a todos!

PS. Parabéns JC!! Fique onde está!
(Com Deus, pra quem não entende piadas chatas)


Balzak




















sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Porque eu odeio o Natal

Sim, Eu ODEIO Natal. Com todas as minhas forças. Nada contra o aniversariante, muito pelo contrário, sou fã de JC, mas acho que dar um “parabéns” pra ele seria muito mais legal do que gastar o que a gente não tem, comer o que a gente não pode e fazer outras bizarrices típicas dessa época do ano, que nada têm a ver com a lições que Jesus deixou aos homens. Pois bem, vamos lá.
Por que eu ODEIO o Natal?

1 – Porque é triste, é melancólico, sempre tem algum morto na família a ser lembrado (“ah, se ele estivesse entre a gente”), as pessoas automaticamente ficam mais “sensíveis” e lembram que existe gente pobre no mundo, o que acarreta nos:

2 – Pedidos de doações de toda espécie – isso é chato pra burro. Já não basta a gastação de dinheiro típica do Natal, entidades que surgem só no mês de dezembro começam a pedir donativos pra alguma creche, asilo, orfanato, etc, e sempre tem alguém querendo que você “faça uma criança pobre feliz”. Sem contar as caixinhas do lixeiro, do porteiro, da manicure etc. Sinceramente, se eu fosse atender a todos os pedidos de doações de Natal que me fazem eu ficaria falida, porque além deles, eu tenho que arcar com:

3 – Os presentes de Natal – dei um pouco de sorte nesse quesito porque minha família é pequena (e se depender de mim não será aumentada por um bom tempo). Custa caro, porque as lojas se aproveitam do nosso desespero consumista e inflacionam tudo, fazendo-nos passar pela:

4 – Correria para fazer as compras de Natal – Não sei por que isso virou uma tradição, era pra serem compras comuns, mas as compras de Natal são sempre tensas, com as lojas entupidas de gente, as ruas intransitáveis e todo mundo desesperado para comprar aquilo que aparece na:

5 – Programação natalina – que de comerciais a programas de final de ano, são uma chateação sem fim. Papais Noéis disputando pra ver qual loja dá o maior desconto, especiais da Globo no estilo “Didi viajante do tempo” ou coisa parecida, sempre com a Simone cantando “Então é Natal” ao fundo. Aliás, esse CD sempre é trazido por uma tia velha para ser tocado na ceia de Natal, quando você é obrigado a comer as...

6 – Comidas de Natal – sejamos francos: Peru nada mais é do que um frango grande, nozes e outras frutas secas não têm gosto de nada, rabanadas são fatias de pão velho com açúcar e panetonne não passa de um pão doce recheado de frutas sem graça, mas que custa o preço de um doce delicioso. Aliás, comida de Natal é cara, ruim e faz mal, até porque ninguém sabe comer que nem gente no Natal, tem que se empanturrar.

Enfim, acho Natal chato, cafona, piegas e não consigo entender decorações nevadas tampouco atores (?) vestidos com barba falsa e roupa de lã vermelha, nesse clima amazônico dos dezembros brasileiros.
Mas, mesmo achando tudo isso um saco maior que o do Papai Noel, desejo a todos os leitores do blog um FELIZ NATAL... na medida do possível.


Angel

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Filme sobre Sérgio Nunes

Eu, como cria desse cara foda (Sérgio), não poderia deixar de divulgar esse belo trabalho.

(Texto e entrevista do Curta Ourinhos)

Todas as pessoas que acompanharam o trabalho do artista plástico e diretor teatral Sérgio Nunes poderão agora relembrar um pouco da sua trajetória. Amanhã (16), às 20h30, no Teatro Municipal, o cineasta Rafael Lefcadito lança a sua mais recente produção, o filme Sérgio Nunes: hiperbolismos e aliterações, sobre a vida do artista que, mesmo após a sua morte em 2008, permanece como a mais importante referência não só para os que se dedicam ao teatro, mas para todas as pessoas que enxergam a cultura como uma militância constante. Não a oportunista militância político-partidária, mas a militância de quem se engajou com unhas e dentes naquilo que era a sua maior paixão: a arte.

Rafael Lefcadito teve seu projeto selecionado pelo Edital de Fomento à Cultura, lançado pela Secretaria de Cultura no primeiro semestre de 2010. O lançamento do filme acontece como parte das comemorações do aniversário da cidade. Em entrevista, o cineasta revelou como se deu o processo de pesquisa, as consultas em arquivos públicos e pessoais, as entrevistas com amigos e colaboradores e a busca por novos registros em cidades onde Sérgio atuou. Rafael avalia a importância do trabalho realizado por Sérgio Nunes citando a fala de um dos entrevistados do filme, o professor Mário Bolognesi, do Instituto de Artes da Unesp: “Diria que o Sérgio é responsável pela atual formatação cultural das cidades de Assis e Ourinhos”.
 
Porque escolheu Sérgio Nunes como tema do projeto?

Rafael: Conheci o Sérgio logo quando cheguei a Ourinhos, há oito anos. Vivia trombando com o trabalho dele em todos os cantos, instalações na praça, ensaios e apresentações no teatro, circo e teatro mambembe pela região. Sempre enxerguei muita sabedoria no trabalho de Sérgio Nunes, muita brasilidade. Cheguei a propor fazer um documentário com ele ainda quando vivo, há uns cinco anos atrás, quando voltei do Canadá, mas ele não gostava de ser filmado e eu acabei não insistindo. Retomei então essa idéia do filme sobre a vida dele em função desse prêmio de fomento cultural, que viabilizou a execução do projeto.
 
Qual a importância de se documentar através de imagens a vida do artista?

Rafael: É importante porque reúne grande parte do material audiovisual disponível sobre a vida dele em um mesmo espaço narrativo, o que já significa uma contribuição significativa para a preservação da memória cultural, especialmente de Ourinhos e Assis, onde o Sérgio viveu mais tempo.

Porque o uso dos termos “hiperbolismos” e “aliterações” no nome do filme?

Rafael: Recorri às figuras de linguagem para caracterizar os extremos do Sérgio. A hipérbole seria o lado mais dramático, exagerado e polêmico dele. Autodestrutivo, poderia se dizer. A aliteração seria o lado mais poético, lírico, romântico talvez. Seria como a arte musicando a vida dele, como a música quando “alitera” o literário.
 
Como foi o processo de filmagem? Conseguiu novas informações sobre a vida e o trabalho de Sérgio Nunes?

Rafael: Foi uma maratona. Dois meses de filmagem em Ourinhos, Assis, Maracaí, São Manoel e São Paulo. Conheci pessoas inusitadas, visitei teatros, galpões, escolas, cemitérios, igrejas e casarões. O Sérgio se remexeu no túmulo! Descobri coisas fantásticas sobre ele. Essa figura complexa, que passei a admirar ainda mais.

Sérgio era uma figura controversa. Você percebeu unanimidade em alguma das observações dos entrevistados a respeito do artista?

Rafael: Sim, a entrega dele para com a arte. Sérgio vivenciou a arte em todos os sentidos. Foi uma entrega muito honesta e corajosa. Ele viveu e morreu fazendo o que mais gostava.

Como você percebe o trabalho de Sérgio na vida cultural de Ourinhos e Assis?

Rafael: Não são palavras minhas: “Diria que o Sérgio é responsável pela atual formatação cultural das cidades de Assis e Ourinhos”. De Mário Bolognesi, professor de teatro do Instituto de Artes da Unesp de SP, em entrevista concedida ao projeto.

O olhar de Sérgio Nunes para a cultura era diversificado por excelência. Por isso, atuou em teatro, artes visuais, circo, carnaval, musicais... Fale sobre isto.

Rafael: O cara era foda. Criava com a cabeça e moldava com as mãos. Dirigia os atores, abria a cortina e, não raramente, fazia a sonoplastia. Sempre executando tudo a um baixíssimo custo, reciclando material e reinventando o popular. Artista plástico, idealizador de alegorias, conhecedor de imaginários, artista popular.
 
Como você avalia o crescimento do interesse pelo audiovisual na cidade, a partir da realização do Curta Ourinhos? E a política de lançamento de editais para a escolha de projetos culturais?

Rafael: O audiovisual vem ganhando terreno no interior, mais pessoas interessadas, mais atores em cena. A perspectiva aqui é bastante positiva, com todo esse fomento decorrente do trabalho da secretaria da cultura. Mas tem que haver uma união de forças – por parte dos produtores que já começam a aparecer – e por parte da política cultural que se pretende implementar na cidade para esse segmento. O que também significa um orçamento que viabilize mais produções locais nos próximos anos. Precisamos de um elemento catalisador, acho tudo isso muito possível num futuro próximo.
 
****
Tem que ser muito cu da vó para perder isso!
 
Balzak

sábado, 4 de dezembro de 2010

Cueca-receita

É a cara do meu. Só que mais desbotadinho. (Que caô!)

Eis que surge mais uma categoria gostosa em nossa cozinha: o Cueca-receita.

Sim, queridas balzaks, ele é uma delícia!

Assim como um bolo de chocolate: macio, calórico, cheiroso e que acalma qualquer TPM em erupção.

Eu sempre afirmei que lugar de homem é na cozinha. E quando ele invade a sua, você não ouse se meter, deixe o menino lá, pois ele sabe o que faz.

Fique, no máximo, com a louça para lavar e quietinha.

O bom em se ter um Cueca-receita na sua cozinha é que a palavra ‘comida’ é interpretada de todas as melhores maneiras possíveis. É um efeito-sanfona sensacional: um entra e sai de calorias que... ui, me abane!

Outro ponto fundamental é que seu tempero é apimentado e condimentado e mantem um diversificado e exótico cardápio. Seu molho se impõe. Quem tem ex-cueca-miojo se esbanja.

O Cueca-receita consegue fazer de uma refeição rapidinha e básica como o arroz-feijão-ovo se tornar uma lasanha borbulhante no teu prato. E a famosa ‘sugestão da casa’ para a ceia de sábado à noite nunca é servida apenas na cozinha.

Tampo teus ouvidos e pergunto: Você quer trocar Edu Guedes por Ana Maria Braga?

Babau audiência global. Dona Palmirinha que o diga.

Só não pode vacilar muito com esse maitre, pois o risco da massa desandar e ele passar de ‘a La carte’ à ‘self-service’ é uma questão de pitadas. O cueca-receita não se encaixa no esquema de rodízio, portanto, suas amigas não precisam experimentar os talentos contidos em sua cozinha.

Por isso, mantenha teu cardápio em off, nêga, com boca e forno cerrados. Cada receita tem seu segredinho, não é mesmo? E mantenha sua despensa cheia, para não se tornar uma dispensada vazia.

E nada de regular ingredientes, deixe o caldeirão ferver.

Humm, ‘bora pra casa, pois esse post já tá me dando fome.
Balzak (cheia de água na boca)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Vovó Balzak

Em 2038...

Hoje, no final da tarde, vejo olhinhos alegres e cabelos lisos cambaleando para a minha confortável cadeira de vovó bege-esquecido, na varanda de minha casa, às margens do Rio Paranapanema.

Trata-se de Ingrid Cristina, filha de minha filha Luana.

É, ela sempre tendeu para um lado meio breguinha mesmo. Eu sabia que bom nome de neta não viria. Pelo menos engravidou após os 25 anos. Sempre soube que seria avó antes do que desejaria, mesmo que ela estivesse na terceira idade.

Enfim...

Grid, como costumei chamá-la para recordar os velho tempos da informática, chegou empuleirando-se em meu colo, pedindo que a balançasse e que lhe contasse uma história. Foi então que lembrei-me de uma dos anos frescos de minha existência...

Vovó Balzak: - Era 2010. Numa manhã fresca de primavera... Eu ainda caminhava sem ajuda... Na época eu caminhava para tentar recuperar o corpo consumido pela cerveja e da costela recheada do fim de semana...

Grid: - Vovó, o que é cerveja? C-o-s-t-e-l-a?

Vovó Balzak: - Ow, minha menina, cerveja era uma bebida que tua avó apreciava muito, principalmente às sextas-feiras. Hoje em dia, não se fabrica mais. Os jovens acham o álcool uma coisa muito fora de moda, num dá mais o barato de antigamente. E costela era carne, com uma gordura deliciosa. Hoje a Organização Mundial da Saúde proibiu. Mas já fez a alegria e levou à morte muita gente... Ai, bons tempos aquele...

Grid, com cara de não entendi: Ah...

Vovó Balzak: - Mas então, eu caminhava a caminho do trabalho, na época ainda existiam os chamados ‘funcionários públicos concursados’, e ao atravessar um cruzamento, perto de uma das travessias de trens (Ah, Grid, procure no dicionário!), uma caminhonete Hilux converge da pista errada e sem acionar a seta, e me acerta de lado, jogando-me para a calçada. Me deu uma raiva danada. Tirei os fones de ouvido do meu MP4...

Grid: Hilux... que coisa brega...MP4? kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Tava no 4 ainda???

Vovó Balzak: - É, eu tive um, sim! E para seu governo, eu ouvia Mutantes ainda, que eu baixava procurando no Google. Eu AINDA carregava-o através de um fio ligado na rede de energia elétrica! Que saco, posso contar?

Grid: Tá. E o que o cara que te atropelou fez?

Vovó Balzak: - O desgraçado até que parou o carro, mas fiquei tão irada (aff.. eu e minhas gírias coroas) que comecei a gritar se o cu dele piscava tanto que não precisava usar as setas do carro... E botei meus fones na orelha de novo e saí pisando duro, toda cheia de poses de “Não é nem 7 da matina e já to puta!”...

Grid, com olhinhos de Sandy: - Vó, o que é puta?

Vovó Balzak: - Inferno de censura que tesourou o lobo mau... “

Aff, detesto nostalgia...

Balzaks

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Insulto

Uma das maiores pérolas legislativas criadas nessa República das Bananas no sistema penal foi o famigerado INDULTO e suas variantes. A princípio, o indulto era pra ser um beneficio concedido a presos condenados em situações e circunstâncias muito especiais, e somente pelo Presidente da República em pessoa. Mas, logicamente, o Poder Judiciário, imbuído do espírito de “bostear” tudo que orienta o seu vizinho Poder Legislativo, resolveu abrir as pernas, e hoje em dia, praticamente qualquer preso, em qualquer estabelecimento prisional do Brasil, pode e deve ser agraciado com indultos de Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais, Páscoa, Festa da Uva de Jundiaí, Festa do Peão de Barretos, Inauguração do Coreto de Quixeramobim, e o escambau.

A concessão do indulto, de tão comum e singela, recebeu até um apelido carinhoso: a SAIDINHA.

Consiste, portanto, em abrir as portas de todos os estabelecimentos prisionais existentes no Brasil (e pode crer, tem mais cadeia no Brasil do que Casas Bahia), e cuspir para as nossas cidades uma quantidade bem razoável de bandidos (ops, sentenciados, o politicamente correto não me permite usar esse termo) para passar com suas famílias (?) os seus natais, anos-novos, páscoas e dias dos pais e das mães, para depois retornarem como cordeirinhos para as suas respectivas cadeias. Lindo, né?

De fato, seria lindo se a bandidagem fosse pra sua casa, comesse seu peru de Natal com a mamãe, o papai e os filhinhos e depois retornasse de pança cheia pra cadeia. Mas, óoooo... isso não acontece!!!!! Sim, Senhores Operadores do Direito Pátrio, por incrível que pareça, isso não acontece!

Não sei por que, mas quando um bandido que passou a vida inteira na maladragem sai na rua, ele rouba as pessoas! Ele mata, ele estupra, ele seqüestra! Que coisa, né? Impressionante... e o mais impressionante ainda... ele foge e não volta mais pra cadeia!! Vai entender esse povo...

Eu mesma, cidadã que sustento indiretamente os beneficiários da “saidinha”, já fui diretamente prejudicada por ela. Não sei se vocês sabem, mas moro em uma cidade rodeada de penitenciárias, e dia de saidinha de presos é um dia nem um pouco recomendável para que eu, que até agora não cometi nenhum crime, possa dar a MINHA saidinha.

Mais curioso ainda é saber que a função da pena, que é prender quem cometeu um crime, fica interrompida por esse benefício humanitário, sendo que muitos trabalhadores, em épocas de feriado, não têm o mesmo benefício. Tem muita gente honesta que não tem grana nem oportunidade pra passar seus feriados com sua família, porque tem que ficar trabalhando longe de casa.

Me imagino em frente ao meu chefim, pedindo com olhos de coelhinha para poder faltar meio período que seja para viajar na Páscoa. Precisaria não de olhinhos, mas das patinhas do coelhinho para me salvar de suas gargalhadas sarcásticas.

Por isso eu clamo: Chefim, desviei grana, chutei teu cachorro e joguei bituca no jardim, então... libera aí aquela saidinha!

 
Angel, com leve toque Balzaks

domingo, 28 de novembro de 2010

A orkutização do Orkut

Existe uma piada que rola na internet dizendo que se as redes sociais fossem alunos de uma escola, o Twitter seria o popular, o Google o nerd, o Facebook o metido e o Orkut o favelado.

De fato, o Orkut perdeu seu charme há um bom tempo.

A princípio era uma febre que parecia que jamais ia passar. Encontrar e reencontrar um monte de gente que a gente não via há muito tempo, fuçar na vida alheia, mostrar as nossas fotos pra todo mundo e receber elogios, demonstrar nossos interesses pessoais participando de comunidades, enfim, interagir, de todas as formas, com todo mundo, em tempo real.

Nunca a internet foi tão usada pelos brasileiros. O Orkut trouxe às pessoas de todas as classes sociais um interesse comum, finalmente. E o que era coisa “dazelite” passou a ser de todo mundo. Jovem, velho, pobre, casado, pedófilo, grã-fino, nerd, favelado, chegou-se a dizer que “quem tá vivo, tá no Orkut”.

Acontece que essa lua de mel foi chegando ao fim. Primeiramente, receber convites para ser amigo do carinha que você viu uma vez na vida poderia até parecer simpático, mas depois, se esse carinha começasse a escrever todo dia um “oi, tudo bom?” pra você começava a ficar chato. E o excesso de amigos que antes parecia popularidade, acabou virando coisa de gente mala que adiciona qualquer um.

A fuçança na vida alheia também foi outra faca de dois gumes: a princípio era ótimo poder saber o que o seu pretê tinha feito no final de semana passado...mas depois ficou chato quando a gente começou a perceber que a Fulaninha também sabia tudo o que você tinha feito.

A característica fundamental de todo ser humano – a fofoca – nunca foi tão amparada por uma ferramenta digital, e o ser humano pôde mostrar que é cheio de fraquezas. Namoros se romperam, amizades acabaram, casamentos balançaram, e pulguinhas foram devidamente colocadas atrás da orelha de muita gente.

Finalmente percebeu-se que a invasão da privacidade é uma coisa interessante, mas que no final, nunca dá certo. Daí boa parte desencanou e parou de usar o Orkut com tanto afinco e freqüência, sendo que outros simplesmente abandonaram o Orkut, passando a aparecer em redes sociais mais discretas e menos invasivas, tais como Twitter e Facebook.

Isso sem contar na “inclusão digital”, fenômeno que permitiu que todo mundo, TODO MUNDO fosse celebridade na rede... com recados carregados de erros crassos de português, desaforos digitados, e fotos de gente não muito agraciada pela natureza em poses sexies, tomando sol na laje. Em português claro, a pobraiada tomou conta do Orkut, um verdadeiro arrastão que incomodou muita gente que se dizia culta e cheia da grana. Afinal, dividir aquele “clubinho virtual” com os amigos do squash pode ser muito divertido, mas com a sua empregada, o porteiro e o chefe do PCC fica meio incômodo.

As pessoas moderninhas, elitistas como sempre, foram aos poucos, abandonando o que já não mais interessava, já não era novidade, e logo taxaram isso de cafona. O Orkut finalmente virou coisa de gente pobre ou gente velha.

Muitos como eu ainda têm Orkut, mas com muito menos paixão. Virou uma coisa mais como última alternativa pra falar com alguém. Fica lá, paradão, sem muita utilidade.

É aquela velha filosofia que sempre orientou o mundo capitalista ocidental: “era bom enquanto ninguém tinha”.

Angel

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

No mother, yes drugs?? What? Cuméisso?

Aproveitando a onda emputecedora da semana, não posso deixar de comentar sobre a sessão da Câmara de vereadores de minha cidade ocorrida em plena segundona.

A coisa transcorria normalmente, ou seja, com toda aquela babozeira de tapa-buracos, PAC, trânsito e outros assuntos que não passam disso: assunto pra assuntá, quando um benedeto de um Edil resolve falar de combate ao uso de drogas. Pronto, desandou. Todo mundo queria falar um bonde sobre o assunto. Foram cerca de duas horas de discussão, onde só se salvou um trecho onde alguém dizia que o problema tava na educação.

O mais absurdo, inadmissível e inacreditável foi ouvir que os jovens e as crianças se envolvem com crack porque suas mães trabalham e deixam os filhos ‘livres’ em casa.

Porra! Segunda-feira braba, depois de um dia todo de trampo, deixando meus filhos em casa para continuar trabalhando para eles e ser obrigada a ouvir isso!! Caraivéi.

Minha vontade era de abandonar o trampo e ir embora ver se meus filhos estavam chapados em casa.

Mãe fiduma não deixa os filhos em casa para trabalhar, deixam por outros motivos bem mais sórdidos. E se deixam para trabalhar é porque esses engravatados não as proporcionaram estrutura eficaz que permita que uma mãe deixe seus rebentos em segurança para poder trabalhar tranqüila. Mas cadê vaga, doutor?

As que pagam escolinhas já se borram de medo, devido aos vídeos mostrados na mídia sobre espancamento e tortura de criancinhas.

Se analisarmos estudos de psicológicos e afins, veremos que muitos jovens começam a usar drogas devido a distúrbios familiares.

Não conheço nenhum filhodaputinha drogadinho que diga que começou a se craquear porque a mãe trampava fora.

Aliás, minha mãe trabalhou durante toda a minha vida... Tá, não sou um bom exemplo. Esqueçam.

Pô, até a Adriana Galisteu passa apertado com filho-trampo-casa.

E o pai nessa história??

Nem pensem que to insinuando que eles devem ‘prover sua fêmea e seus rebentos para que ela não precise trabalhar’. Não estou falando em cinderelas.

As mães devem trabalhar para elas, para a casa e para servir de bom exemplo aos filhos. Por uma questão de valores, morais e financeiros, oras, a coisa num tá bolinho.

O que me deixa puta é os homens se isentarem de qualquer ônus disso tudo. Ué, ele não tava trabalhando? E o caso de ausência ou mesmo abandono afetivo-financeiro de tantos outros não conta?

Os próprios nobres edis não estavam longe de seus rebentos no momento da sessão? Será que suas esposas, mães, namoradas e irmãs não trabalham. São todas vagabas ou cinderelas?

Passo a palavra. Resolvam esse barulho.

Balzaks

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Notícias que me emputece



“...Segundo diferentes versões de testemunhas, a tragédia aconteceu quando, pela aglomeração, intenso calor e umidade, centenas de pessoas, a maioria jovens, começaram a se empurrar e atropelar, enquanto outros indicam que correu o rumor de que a ponte iria desabar...”


Quequeissonêgo? Vai tirar o pai da forca? Só faltaram noticiar quem era a grande atração do Festival da Água para motivar esse desespero.

Pela qualificação das vítimas – jovens, mulheres e crianças – seria o Fiuk ou o Justin Biba?

Isso é um exemplo clássico de que falta de educação te enterra. E pra que levar tantas crianças em festas como essa?

Isso acontece muito aqui, numa festinha agro da city. Aquele frio do inferno (é, não deu trocadilho) e pais retardados com seus rebentos de minutos de vida se acotovelando numa multidão cheirando à tomate podre, crepe suíço e bosta de vaca. Tudo isso até alta madrugada para ver qualquer ‘show’ mequetrefe.

E neguinho ainda fica olhando torto quando vou a uma pizzaria com meus filhos pré-adolescentes e peço uma cerveja. “Que péssimo exemplo!” – vomitam.

Na Pafi pode! Na Pafi, as patifarias tornam-se atos de cidadania.

Adivinhem quem vai levar a culpa dessa tragédia em Camboja (eu nunca havia ouvido falar dessa biboca)? O governo, oras. Não que eu defenda o governo, mas quando a maioria dos erros de cidadania acontece, como jogar lixo em terrenos baldios e depedrar patrimônio público, recaem no governo.

É por essas e tantas que eu penso: "Não é nem quarta-feira e eu já to puta!"

Balzaks - lembra de mim ainda?




I'm sorry!

Balzaks, queridos:

Peço sinceras desculpas pela falta de textos no blog. A vida anda corrida pra baralho e quando surgem as ideias, ou estou muito atarefada, ou o computador está longe ou o garçon não empresta caneta e papel. Nisso as ideias enfraquecem ou se perdem pra nunca mais.
  
Mas agora, atendendo a inúmeros 2 pedidos e me borrando de medinho das ameaças de tortura de Angel, tentarei sanar essa gana desenfreada de vocês por um texto qualquer. (Aff... me internem).


Beijos a todos!!
Balzak

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

Sakineh Ashtiani é uma mulher bonita, de 43 anos, mãe de dois filhos. Uma dona-de-casa tão comum como eu, você, sua mãe ou sua tia. Mas ela deu um azar danado. Nasceu no Irã, país produtor de lindos tapetes, mas infelizmente, governado pelo ditador sanguinário e maluco Mahmoud Ahmadinejad.

Sakineh é viúva, de um marido cujo casamento certamente foi arranjado, e que deve ter sido tratada por ele como um belo capacho iraniano, coisa que, no Irã, é mais do que comum, é lei.

Pois bem. Alguém delatou pro governo do Irã que a moça, depois de viúva, teria se envolvido sexualmente com dois outros homens, o que no Irã é considerado adultério, e, pior do que isso, crime passível de pena de morte.

Isso mesmo. Uma viúva jovem e bonita namorar com dois caras, lá no lugar onde ela mora, é um crime hediondo, sujeito a pedradas.

Você, mulher, que está lendo, e que certamente já transou com mais de dois caras ao longo de sua vida, deve ficar, no mínimo, indignada com tal informação. Você, homem, que tem mãe, irmã, namorada, e que conhece os desejos sexuais de uma mulher, deve ficar tão indignado quanto, ao saber que dois filhos, a partir desta semana, talvez, ficarão sem mãe por causa da estupidez humana.

Sakineh foi condenada à forca, porque o governo iraniano considerou o apedrejamento muito cruel (eles são muito bonzinhos mesmo) e a execução estava marcada para hoje, quarta-feira, 03 de novembro, mas ainda não ocorreu porque as execuções no Irã têm que ser realizadas ao nascer do sol (nada mais poético do que morrer sob a luz da aurora, não acham?)

Mas o governo de Ahmadinejad não condenou a mãe à morte à toa, não. Eles inventaram uma conveniente história de que Sakineh teria participado do assassinato de seu finado marido, o que justificaria plenamente a barbárie. Algo do tipo: “Ow, resto do mundo, tamo matando essa vagabunda adúltera porque ela teve a pachorra de ir contra as nossas leis e sair com dois caras, mas pra todos os efeitos, ela é uma assassina mesmo!”

Há, ainda , uma ativista iraniana tentando de todas as formas impedir a execução de Sakineh. E declarou que espera que a nossa digníssima presidente Dilma intervenha por ser, também mulher, e por manter relações amistosas com o Irã. Eu, sinceramente, espero que ela intervenha com mãos de ferro. E de verdade. Não como a Hillary Clinton, que declarou estar “profundamente preocupada” com o caso... tão preocupada com o caso como com o último botox que não teve o efeito desejado... aff.

Infelizmente, o caso Sakineh se perde entre tantas manchetes. Eleições presidenciais, eliminados da Fazenda, obras para a Copa de 2014... Como diria Caetano...”Quem lê tanta notícia?”.

Isso lembra uma historinha de mais de 2 mil anos atrás, quando um maluco cabeludo, ao defender uma adúltera, falou pra multidão enfurecida. “Quem nunca pecou, que atire a primeira pedra”. Só que dessa vez, acho que esse maluco seria apedrejado junto com ela.

Angel

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

DE REPENTE... 30

É, meus queridos, enganei vocês...apesar de escrever pra esse “Papo Balzaquiano” há um bom tempo, eu não era uma balzaquiana legítima.

Mas agora tudo isso mudou....pois bem, hoje faço 30 anos! \o/ PARABÉNS PRA MIM!!!!

E, nestas três décadas que Deus me deu, devo dizer que estou agradecida. Não vou dizer aquele blá blá blá de 30 anos muito bem vividos, porque na verdade, a gente nunca tá satisfeita de verdade com o que tem. Confesso que ainda tenho muitos sonhos para realizar, muitos medos para superar, muitas conquistas para comemorar, muitos quilos a perder, etc, etc, mas, no mais, tá tudo muito bom pra mim.

E confesso ainda que há alguns anos atrás eu não me imaginava do jeito que sou hoje. Há dez anos atrás, eu achava que com 30 eu ia ter casa própria, marido roncando do lado da cama, carrão na garagem, hollerit cheio de zeros e filhos perfeitos. Toda ou quase toda mocinha de 20 anos imagina que a sua vida será assim aos 30 anos.

Nada disso aconteceu, e mesmo assim, continuo agradecida. Eu não conseguiria ser eu mesma cuidando de um marido, cheia de preocupações no casamento e encanações com a educação de serezinhos dependentes de mim. Quem sabe um dia, né? Tudo bem que a parte da casa própria, carrão na garagem e hollerit recheado me apetecem bastante, mas isso aí, com certeza, um dia virá (tô lutando bravamente pra isso).

No mais, acho que fiz tudo certinho. Sou uma moça de 30 anos que tem um monte de amigos que me enchem de felicidade e me levam pra beber por todos os motivos, uma família discreta que eu aprendi a entender (e a defender), um trampo que me enche o saco às vezes, mas que me ensina muito a cada dia. Um pouquinho de conhecimento pra escapar das muitas ciladas da vida, amores possíveis e impossíveis, cuecas para passar o tempo e render histórias, dois cachorros de personalidade forte e um carro popular que eu chamo de Bubu. Além de milhares de reais gastos em cremes, sapatos, perfumes, roupas, bolsas e butecos que poderiam ter sido investidos na casa que eu não comprei. Uma veneração eterna por balas de goma, um medo danado de barata e uma ligeira propensão hipocondríaca...enfim...sou muito feliz!

Parafraseando a Cássia Eller: “Eu ando nas ruas, eu troco um cheque, mudo uma planta de lugar.Dirijo meu carro, tomo meu pileque, e ainda tenho tempo pra cantar... Eu só peço a Deus, um pouco de maladragem, pois sou criança e não conheço a verdade... Eu sou poeta e não aprendi a amar”

Quem sabe, depois de 30 anos... eu ainda sou uma garotinha?
Angel

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O ESTEREÓTIPO IDEAL


Eu adoro um estereótipo. Adoro esteriotipar tudo, é como um hobby pra mim. Quando vou a algum lugar, sempre me pego observando os seres passantes ao redor e inventando clichês para todos. Às vezes teço comentários com alguém próximo sobre os rótulos que mentalmente coloquei. “Olha a garota-da-laje com sua calça de popozuda-que-desce-até-o-chão”.... “Olha o micareteiro-beijo-20-e-não-como-ninguém-vou-de-abadá-na-academia” e por aí vai.

Os estereótipos me perseguem. Não consigo viver sem eles.

Até os meus pretês-cuecas são estereotipados. Eu não tinha me dado conta disso, até um amigo me alertar para o fato. Nunca estive com um cara “normal”. Ou era o “cowboy”, o “leprechau”, o “depressivo”, o “bonito/burro” e por aí vai. Sempre.

E o mais interessante é que eu mesma não me considero estereotipada. Nunca fiz um tipo certo, determinado, daqueles que se alguém fala: “Angel? A perua? A hiponga? A engajada?” todo mundo reconhece. Sou até bem comum. O que é um tanto quanto chato.

Adoraria ter um estereótipo pra mim. Mas não qualquer estereótipo (Deus me livre ser a “depressiva-espalha-roda-que-só-fala-de-doença, por exemplo).

Queria mesmo ser um estereótipo de comédia romântica nova-iorquina.
Guardadas as devidas proporções, adoraria ser uma balzaquiana bem resolvida, que mora sozinha num apartamento bacana com uma vista pra Manhattan (ou qualquer outro lugar bacanudo e com metro quadrado caríssimo).
Daquele tipo que trabalha muito, mas que ganha mais ainda. Que não vive sem seu blackberry por nada, que tem uma secretária-capacho que sabe mais da sua agenda do que ela mesma. Que está sempre na última moda, com um estilo pessoal inconfundível. Que compra muito, mas não é escrava da beleza tampouco do cheque especial. Que vai em livrarias pra passar o tempo e lá encontra um cara charmoso com o sotaque do Hugh Grant. Que depois de uma implicância recíproca, tem um relacionamento saudável com esse cara, sendo que ambos moram em casas separadas e viajam pelo mundo nas férias, juntos ou separadamente, mas sempre se encontrando no final. Daquele tipo que não tem problemas com seu peso-pena, afinal é vegetariana e faz ioga e pilates regularmente.

Seria ótimo poder desfrutar do bom transporte coletivo de um bairro chique, só pra não poluir a cidade com meu carro de meio milhão que ficaria parado na garagem só para ocasiões especiais. E andar naqueles táxis amarelos com taxistas indianos. E vez por outra descer a algumas quadras do meu prédio para fazer uma caminhada pelas ruas movimentadas de gente bonita com seus casacões de Natal. E segurar displiscentemente um daqueles copões de café descafeinado...

Ah...que bom seria...

Angel
 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Independente Futebol Clube

Imagem meramente ilustrativa

Já falamos bastante de namoro novo nesse blog. Aquela coisa cuti, onde os envolvidos não conseguem se desgrudar. Saídas à francesa de baladas para se curtir, pegação no pé, aquela coisa de ‘Você é meu e eu sou seu’, etc.

E como nesses momentos os pombinhos se sentem, realmente, como se pertencessem um ao outro, eles têm a amarga ilusão de que isso tudo será para sempre. Ao fogo e ferro. Aff... tadicos!

No início até ativam as borboletas adormecidas dentro de nós, mas se não deixamos claro a real, corremos o risco de manter um relacionamento pra lá de doentio.

Tenho visto muitos casos desses nos últimos tempos.

Salvo alguma exceção – que eu não conheço – isso só tende a dar zica do começo ao fim. É aí que chega o momento de decidir se para logo no início e se poupa de tantos infortúnios ou se continua tentando uma mudança que não virá nunca.

O fim é a única certeza nesse tipo de lance. Se a opção é acabar no começo, ainda resta tempo e cútis bonita para ser feliz novamente.

Quando não, as conseqüências de um término são momentos de nitroglicerina pura, meus caros. A baixaria é geral: envolve família, amigos, cachorro, gato e galinha. Aliás, galinha e cachorro são termos constantemente utilizados.

Mas a coisa que me deixa mais puta - puta mesmo! – é essa de devolver presentes. Caralho! Já deu? Esquece, então, meu. Presente tem validade agora? Tempo de adesão? Manocu.

O pior ainda é quando um dos sujeitinhos começa a infernizar a vida do outro.

Sei de um palhaço que arrombou a casa da ex, quebrou uma porrada de coisas e ainda roubou o restante. Isso incluindo todas as suas lingeries! O que que um tipinho inútil desse quer da vida? Bem feito, apanhou largado, as calcinhas de oncinha ficaram apertadas e meia calça desfiou. Do jeito que é mimado, deve ter recusado a sobremesa naquele dia.

Esse é do tipo que merece que alguém o debruce nos joelhos e chinele sua bunda branca e o faça tirar o dedo da boca.

O dono do boteco perto de casa se separou da mulher e ela levou a máquina de cartão de crédito. Que vaca!!! Era a salvação pra minha cervejinha em dias difíceis!

Tudo isso sem contar com os crimes passionais.

Isso não é amor não, minha gente. Nem de longe.

Gentis, dedo podre todo mundo pode ter, mas não deixe apodrecer o resto, please. Não se sacaneie por muito tempo não. Sofra de uma vez só, na cama quentinha e sem que a vizinhança, os amigos da facul, os colegas de trampo, a família e o dono da venda saibam. Logo isso passa e você vai se ver toda serelepe numa tarde de sol a caminho do mar. (/piegas)

Desapegue, despache, descarregue e desencana!

Balzaks

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A BARBIE MALIBU


Uma das figuras femininas mais curiosas é a famosa “Barbie Malibu”. A Barbie Malibu é aquela mulher que todos, eu disse, todos os cuecas, um dia sonham em pegar.

Suas curvas, o seu rosto, o seu cabelo, tudo é simetricamente perfeito, como em uma boneca. Mas assim como uma boneca, a Barbie Malibu não tem nada em seu cérebro além de espuma e vento.

Você pode dizer que eu tenho inveja da Barbie Malibu. De fato, adoraria ter aquele corpo de BBB que sai na revista masculina, adoraria namorar o cara mais sarado, o mais rico, o mais popular, adoraria não ter que trabalhar pra pagar as minhas contas (no mundo de Barbie Malibu trabalho nunca foi prioridade), mas simplesmente não tenho o menor talento pra isso. Somos de fábricas diferentes. Se eu fosse uma boneca, certamente estaria mais pra Fofão do que pra Barbie Malibu.

A Barbie Malibu tem uma carcaça perfeita. E se não nasceu assim um cirurgião plástico prontamente resolverá seu problema. Os peitos de silicone fazem parte do produto e não podem ser vendidos separadamente. A Barbie Malibu sempre está cercada de “Kens”, namorados tão perfeitos e acéfalos quanto ela.

Trabalhar nunca foi o forte da moça. As Barbies Malibu bem-nascidas têm uma herança que proporciona uma vida quase no padrão Paris Hilton. As que nasceram pobres não têm muita dificuldade em caçar um bom dote e serem sustentadas sem cerimônia pelos bonecos-machos. Um corpinho de Barbie Malibu abre muitas carteiras.

Infelizmente, sexo não é o forte delas. Já se sabem que bonecas, por mais articuladas ou infláveis que sejam, não conseguem ter um desempenho fantástico na hora H. Sei disso ao ouvir as reclamações unânimes dos amigos que levaram uma Barbie Malibu pra cama. Alguns tomam coragem, cansam de brincar e devolvem o brinquedo pra fábrica.

Sentimentos também não foram detectados nessas criaturas. Estão sempre sorrindo, para não borrar a maquiagem, mas parecem não entender as piadas alheias.

Casamento é uma instituição importantíssima pra elas, que pretendem ser promovidas à categoria Barbie Noiva, muito invejada. O que importa para a Barbie é o vestido, a festa e o buquê. O que fazer depois disso, elas desconhecem.

Se um pretê seu estiver envolvido com uma Barbie Malibu, lamento, mas será difícil demovê-lo desta situação. Não porque elas sejam fortes concorrentes, são burrinhas e não representam grande perigo. Porém, pra qualquer homem, andar com uma Barbie Malibu a seu lado sempre é motivo de orgulho. Afinal, ele ta comendo a mulher dos sonhos de todos os seus amigos. Mesmo que ela não participe muito da “coisa”.

Mas ainda há esperanças. Como todo brinquedo, a Barbie Malibu, de tanto brincar... enjoa.

Angel
 
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Pessoas, perdoem Angel por sua revolta contra a Barbie. Na verdade ela sempre pediu uma de Natal e sempre recebeu a Susy. Ah! E sofria bulling também. Tadinha. É trágico. (Balzak)