quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Boa Prosa Balzaquiana

E isso aí, meu povo!
Você que é de Little Gold ou da região, que estiver naquela ressaca de espumante barata e muita gordura de pernil amanhecido boiando na pança...
Você que não aguenta mais teus priminhos maleditos lambuzando de chocolate o teu micro e berrando como bezerros desmamados no teu barraco...
Você, como um(a) legítimo balzaquiano, que sabe onde era a Taberna Gaúcha... (Inclusive suas lendas pecaminosas...)

Fica a dica...

E vamos segurar esse galo!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Natal

Tá, eu também não me sinto muito virtuosa em épocas natalinas. Só não é pior porque é verão, ou pelo menos era para ser se não fosse esse climinha doido.

Mas como Angel detonou a festa, vou tentar achar pontos positivos, para não magoar tantos cristãos.

Não há como negar que multidões desesperadas por compras, musiquinhas cretinas e mutilações em árvores me dão nojinho, mas não posso negar que amo todas as calorias natalinas pururucando minha celulite.

Como minha família não é lá muito unida, é a época de mendigar família alheia e por sorte, ou espírito natalino na veia, sempre consigo e sou muito bem recebida e mimada, desde que leve o goró pra não dar prejú.

Eu já desencanei de dar presentes, afinal, o níver é de JC e não da parentada. Essa maldita tradição acaba com meu sonhado 13º, que a gente planeja o que fazer com ele o ano todo, mas acaba gastando em ‘lembrancinhas’. Aliás, ficaram meras ‘lembrancinhas’ do meu 13°.. Entrou e saiu furtivamente da minha conta, como um papai noel pela chaminé. Fumaceou e a coisa continuou preta.

Esse ano também não tenho cartinha pra ele. To pedindo direto ao aniversariante, mesmo não tendo enviado nenhum cartãozinho virtual de feliz nivers a ele. Ow, pessoinhas ingratas, somos nós!

Mas mandei um scrap para São Pedro, pra ver se o cara dá uma amenizada na água. Afinal, minhas férias estão chegando e meu corpinho está pra lá de pálido. Água só de praia, de côco e daquela que passarinho num bebe, mas sofre depois.

Eu sei que prometi ressaltar os pontos positivos da festa, mas não posso deixar de mostrar meu emputecimento nessa época quando as pessoas vítimas de alguma desgraça sofrem mais por ser época de natal do que pela desgraça de fato. É sempre aquela conversinha: “Ai, logo nesta época... Estragou o Natal de todo mundo...”. Nunca diriam: “Ai, em pleno Carnaval” ou até mesmo “Ai, meu dia de Tiradentes nunca mais será o mesmo...”

Mas... o bom mesmo são esses feriados banhados a muito álcool, carvão e gordura, a cidade bombando de amigos que a gente só encontra nessa época, o povo falso do teu trampo, com pedaços de panetones e rancores entre os dentes, te sorrindo todo faceiro...

Ah... Rudolf, crie vergoinha no resto da cara e puxe minha semaninha pra sexta-feira logo!!


Bom Natal a todos!

PS. Parabéns JC!! Fique onde está!
(Com Deus, pra quem não entende piadas chatas)


Balzak




















sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Porque eu odeio o Natal

Sim, Eu ODEIO Natal. Com todas as minhas forças. Nada contra o aniversariante, muito pelo contrário, sou fã de JC, mas acho que dar um “parabéns” pra ele seria muito mais legal do que gastar o que a gente não tem, comer o que a gente não pode e fazer outras bizarrices típicas dessa época do ano, que nada têm a ver com a lições que Jesus deixou aos homens. Pois bem, vamos lá.
Por que eu ODEIO o Natal?

1 – Porque é triste, é melancólico, sempre tem algum morto na família a ser lembrado (“ah, se ele estivesse entre a gente”), as pessoas automaticamente ficam mais “sensíveis” e lembram que existe gente pobre no mundo, o que acarreta nos:

2 – Pedidos de doações de toda espécie – isso é chato pra burro. Já não basta a gastação de dinheiro típica do Natal, entidades que surgem só no mês de dezembro começam a pedir donativos pra alguma creche, asilo, orfanato, etc, e sempre tem alguém querendo que você “faça uma criança pobre feliz”. Sem contar as caixinhas do lixeiro, do porteiro, da manicure etc. Sinceramente, se eu fosse atender a todos os pedidos de doações de Natal que me fazem eu ficaria falida, porque além deles, eu tenho que arcar com:

3 – Os presentes de Natal – dei um pouco de sorte nesse quesito porque minha família é pequena (e se depender de mim não será aumentada por um bom tempo). Custa caro, porque as lojas se aproveitam do nosso desespero consumista e inflacionam tudo, fazendo-nos passar pela:

4 – Correria para fazer as compras de Natal – Não sei por que isso virou uma tradição, era pra serem compras comuns, mas as compras de Natal são sempre tensas, com as lojas entupidas de gente, as ruas intransitáveis e todo mundo desesperado para comprar aquilo que aparece na:

5 – Programação natalina – que de comerciais a programas de final de ano, são uma chateação sem fim. Papais Noéis disputando pra ver qual loja dá o maior desconto, especiais da Globo no estilo “Didi viajante do tempo” ou coisa parecida, sempre com a Simone cantando “Então é Natal” ao fundo. Aliás, esse CD sempre é trazido por uma tia velha para ser tocado na ceia de Natal, quando você é obrigado a comer as...

6 – Comidas de Natal – sejamos francos: Peru nada mais é do que um frango grande, nozes e outras frutas secas não têm gosto de nada, rabanadas são fatias de pão velho com açúcar e panetonne não passa de um pão doce recheado de frutas sem graça, mas que custa o preço de um doce delicioso. Aliás, comida de Natal é cara, ruim e faz mal, até porque ninguém sabe comer que nem gente no Natal, tem que se empanturrar.

Enfim, acho Natal chato, cafona, piegas e não consigo entender decorações nevadas tampouco atores (?) vestidos com barba falsa e roupa de lã vermelha, nesse clima amazônico dos dezembros brasileiros.
Mas, mesmo achando tudo isso um saco maior que o do Papai Noel, desejo a todos os leitores do blog um FELIZ NATAL... na medida do possível.


Angel

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Filme sobre Sérgio Nunes

Eu, como cria desse cara foda (Sérgio), não poderia deixar de divulgar esse belo trabalho.

(Texto e entrevista do Curta Ourinhos)

Todas as pessoas que acompanharam o trabalho do artista plástico e diretor teatral Sérgio Nunes poderão agora relembrar um pouco da sua trajetória. Amanhã (16), às 20h30, no Teatro Municipal, o cineasta Rafael Lefcadito lança a sua mais recente produção, o filme Sérgio Nunes: hiperbolismos e aliterações, sobre a vida do artista que, mesmo após a sua morte em 2008, permanece como a mais importante referência não só para os que se dedicam ao teatro, mas para todas as pessoas que enxergam a cultura como uma militância constante. Não a oportunista militância político-partidária, mas a militância de quem se engajou com unhas e dentes naquilo que era a sua maior paixão: a arte.

Rafael Lefcadito teve seu projeto selecionado pelo Edital de Fomento à Cultura, lançado pela Secretaria de Cultura no primeiro semestre de 2010. O lançamento do filme acontece como parte das comemorações do aniversário da cidade. Em entrevista, o cineasta revelou como se deu o processo de pesquisa, as consultas em arquivos públicos e pessoais, as entrevistas com amigos e colaboradores e a busca por novos registros em cidades onde Sérgio atuou. Rafael avalia a importância do trabalho realizado por Sérgio Nunes citando a fala de um dos entrevistados do filme, o professor Mário Bolognesi, do Instituto de Artes da Unesp: “Diria que o Sérgio é responsável pela atual formatação cultural das cidades de Assis e Ourinhos”.
 
Porque escolheu Sérgio Nunes como tema do projeto?

Rafael: Conheci o Sérgio logo quando cheguei a Ourinhos, há oito anos. Vivia trombando com o trabalho dele em todos os cantos, instalações na praça, ensaios e apresentações no teatro, circo e teatro mambembe pela região. Sempre enxerguei muita sabedoria no trabalho de Sérgio Nunes, muita brasilidade. Cheguei a propor fazer um documentário com ele ainda quando vivo, há uns cinco anos atrás, quando voltei do Canadá, mas ele não gostava de ser filmado e eu acabei não insistindo. Retomei então essa idéia do filme sobre a vida dele em função desse prêmio de fomento cultural, que viabilizou a execução do projeto.
 
Qual a importância de se documentar através de imagens a vida do artista?

Rafael: É importante porque reúne grande parte do material audiovisual disponível sobre a vida dele em um mesmo espaço narrativo, o que já significa uma contribuição significativa para a preservação da memória cultural, especialmente de Ourinhos e Assis, onde o Sérgio viveu mais tempo.

Porque o uso dos termos “hiperbolismos” e “aliterações” no nome do filme?

Rafael: Recorri às figuras de linguagem para caracterizar os extremos do Sérgio. A hipérbole seria o lado mais dramático, exagerado e polêmico dele. Autodestrutivo, poderia se dizer. A aliteração seria o lado mais poético, lírico, romântico talvez. Seria como a arte musicando a vida dele, como a música quando “alitera” o literário.
 
Como foi o processo de filmagem? Conseguiu novas informações sobre a vida e o trabalho de Sérgio Nunes?

Rafael: Foi uma maratona. Dois meses de filmagem em Ourinhos, Assis, Maracaí, São Manoel e São Paulo. Conheci pessoas inusitadas, visitei teatros, galpões, escolas, cemitérios, igrejas e casarões. O Sérgio se remexeu no túmulo! Descobri coisas fantásticas sobre ele. Essa figura complexa, que passei a admirar ainda mais.

Sérgio era uma figura controversa. Você percebeu unanimidade em alguma das observações dos entrevistados a respeito do artista?

Rafael: Sim, a entrega dele para com a arte. Sérgio vivenciou a arte em todos os sentidos. Foi uma entrega muito honesta e corajosa. Ele viveu e morreu fazendo o que mais gostava.

Como você percebe o trabalho de Sérgio na vida cultural de Ourinhos e Assis?

Rafael: Não são palavras minhas: “Diria que o Sérgio é responsável pela atual formatação cultural das cidades de Assis e Ourinhos”. De Mário Bolognesi, professor de teatro do Instituto de Artes da Unesp de SP, em entrevista concedida ao projeto.

O olhar de Sérgio Nunes para a cultura era diversificado por excelência. Por isso, atuou em teatro, artes visuais, circo, carnaval, musicais... Fale sobre isto.

Rafael: O cara era foda. Criava com a cabeça e moldava com as mãos. Dirigia os atores, abria a cortina e, não raramente, fazia a sonoplastia. Sempre executando tudo a um baixíssimo custo, reciclando material e reinventando o popular. Artista plástico, idealizador de alegorias, conhecedor de imaginários, artista popular.
 
Como você avalia o crescimento do interesse pelo audiovisual na cidade, a partir da realização do Curta Ourinhos? E a política de lançamento de editais para a escolha de projetos culturais?

Rafael: O audiovisual vem ganhando terreno no interior, mais pessoas interessadas, mais atores em cena. A perspectiva aqui é bastante positiva, com todo esse fomento decorrente do trabalho da secretaria da cultura. Mas tem que haver uma união de forças – por parte dos produtores que já começam a aparecer – e por parte da política cultural que se pretende implementar na cidade para esse segmento. O que também significa um orçamento que viabilize mais produções locais nos próximos anos. Precisamos de um elemento catalisador, acho tudo isso muito possível num futuro próximo.
 
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Tem que ser muito cu da vó para perder isso!
 
Balzak

sábado, 4 de dezembro de 2010

Cueca-receita

É a cara do meu. Só que mais desbotadinho. (Que caô!)

Eis que surge mais uma categoria gostosa em nossa cozinha: o Cueca-receita.

Sim, queridas balzaks, ele é uma delícia!

Assim como um bolo de chocolate: macio, calórico, cheiroso e que acalma qualquer TPM em erupção.

Eu sempre afirmei que lugar de homem é na cozinha. E quando ele invade a sua, você não ouse se meter, deixe o menino lá, pois ele sabe o que faz.

Fique, no máximo, com a louça para lavar e quietinha.

O bom em se ter um Cueca-receita na sua cozinha é que a palavra ‘comida’ é interpretada de todas as melhores maneiras possíveis. É um efeito-sanfona sensacional: um entra e sai de calorias que... ui, me abane!

Outro ponto fundamental é que seu tempero é apimentado e condimentado e mantem um diversificado e exótico cardápio. Seu molho se impõe. Quem tem ex-cueca-miojo se esbanja.

O Cueca-receita consegue fazer de uma refeição rapidinha e básica como o arroz-feijão-ovo se tornar uma lasanha borbulhante no teu prato. E a famosa ‘sugestão da casa’ para a ceia de sábado à noite nunca é servida apenas na cozinha.

Tampo teus ouvidos e pergunto: Você quer trocar Edu Guedes por Ana Maria Braga?

Babau audiência global. Dona Palmirinha que o diga.

Só não pode vacilar muito com esse maitre, pois o risco da massa desandar e ele passar de ‘a La carte’ à ‘self-service’ é uma questão de pitadas. O cueca-receita não se encaixa no esquema de rodízio, portanto, suas amigas não precisam experimentar os talentos contidos em sua cozinha.

Por isso, mantenha teu cardápio em off, nêga, com boca e forno cerrados. Cada receita tem seu segredinho, não é mesmo? E mantenha sua despensa cheia, para não se tornar uma dispensada vazia.

E nada de regular ingredientes, deixe o caldeirão ferver.

Humm, ‘bora pra casa, pois esse post já tá me dando fome.
Balzak (cheia de água na boca)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Vovó Balzak

Em 2038...

Hoje, no final da tarde, vejo olhinhos alegres e cabelos lisos cambaleando para a minha confortável cadeira de vovó bege-esquecido, na varanda de minha casa, às margens do Rio Paranapanema.

Trata-se de Ingrid Cristina, filha de minha filha Luana.

É, ela sempre tendeu para um lado meio breguinha mesmo. Eu sabia que bom nome de neta não viria. Pelo menos engravidou após os 25 anos. Sempre soube que seria avó antes do que desejaria, mesmo que ela estivesse na terceira idade.

Enfim...

Grid, como costumei chamá-la para recordar os velho tempos da informática, chegou empuleirando-se em meu colo, pedindo que a balançasse e que lhe contasse uma história. Foi então que lembrei-me de uma dos anos frescos de minha existência...

Vovó Balzak: - Era 2010. Numa manhã fresca de primavera... Eu ainda caminhava sem ajuda... Na época eu caminhava para tentar recuperar o corpo consumido pela cerveja e da costela recheada do fim de semana...

Grid: - Vovó, o que é cerveja? C-o-s-t-e-l-a?

Vovó Balzak: - Ow, minha menina, cerveja era uma bebida que tua avó apreciava muito, principalmente às sextas-feiras. Hoje em dia, não se fabrica mais. Os jovens acham o álcool uma coisa muito fora de moda, num dá mais o barato de antigamente. E costela era carne, com uma gordura deliciosa. Hoje a Organização Mundial da Saúde proibiu. Mas já fez a alegria e levou à morte muita gente... Ai, bons tempos aquele...

Grid, com cara de não entendi: Ah...

Vovó Balzak: - Mas então, eu caminhava a caminho do trabalho, na época ainda existiam os chamados ‘funcionários públicos concursados’, e ao atravessar um cruzamento, perto de uma das travessias de trens (Ah, Grid, procure no dicionário!), uma caminhonete Hilux converge da pista errada e sem acionar a seta, e me acerta de lado, jogando-me para a calçada. Me deu uma raiva danada. Tirei os fones de ouvido do meu MP4...

Grid: Hilux... que coisa brega...MP4? kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Tava no 4 ainda???

Vovó Balzak: - É, eu tive um, sim! E para seu governo, eu ouvia Mutantes ainda, que eu baixava procurando no Google. Eu AINDA carregava-o através de um fio ligado na rede de energia elétrica! Que saco, posso contar?

Grid: Tá. E o que o cara que te atropelou fez?

Vovó Balzak: - O desgraçado até que parou o carro, mas fiquei tão irada (aff.. eu e minhas gírias coroas) que comecei a gritar se o cu dele piscava tanto que não precisava usar as setas do carro... E botei meus fones na orelha de novo e saí pisando duro, toda cheia de poses de “Não é nem 7 da matina e já to puta!”...

Grid, com olhinhos de Sandy: - Vó, o que é puta?

Vovó Balzak: - Inferno de censura que tesourou o lobo mau... “

Aff, detesto nostalgia...

Balzaks