quarta-feira, 2 de junho de 2010

SOLTEIRA EM CASAMENTOS

Fui convidada para o casamento de uma amiga neste final de semana. E mesmo sem ter ido já sei como vai ser. Casamentos são todos iguais. E uma moça solteira como eu, que já foi a muitos casamentos, passa sempre pelas mesmas situações.

Primeira etapa:
A igreja: Bem, esta é a parte séria da coisa. E por isso mesmo a mais chata. Se o padre, pastor, enfim, o celebrante for gente boa, os sermões fluem rapidinho e o intervalo de tempo entre a marcha nupcial e o SIM não dura mais do que 30 minutos. Mais do que isso é torturante. Afinal, se eu quisesse ir à missa ou ao culto não faria isso num sábado à noite toda emperequetada, né? No meio do tédio de senta-levanta pra abençoar o casal, hora de dar uma sacada por todas as dependências da igreja e ver se tem algum cueca que se aproveite entre os convidados. Moços de terno, hummm... Aquele padrinho não é de se jogar fora, um grupinho masculino que tá bebendo escondido no fundo da igreja promete. Enfim, eis que alguém declara os noivos “marido e mulher”, é hora da melhor parte da coisa:

A festa – Todo mundo vai pro casamento só por causa da festa mesmo, portanto, abro aqui um parêntesis – se você for casar e não pretende fazer festa, não convide ninguém, ok? Faça uma celebração no cartório com dois pares de testemunhas e só. É algo extremamente broxante comprar presente, se arrumar toda pra acabar tudo na porta da igreja.

Bom, antes da festa, tem a hora dos cumprimentos. Acho isso muito constrangedor, em todas as vezes nunca consigo falar mais nada além de “parabéns, felicidades”. Ficar embaçando na hora de cumprimentar os noivos atrasa a fila enorme do povo que tá muito mais interessado na qualidade do whisky do que no abraço apertado aos nubentes.

Salão lotado, começa a tão esperada. Primeiramente, é servido o maledeto jantar, e digo maledeto porque não vejo necessidade alguma em comer em casamento. Não consigo achar graça em comida de buffet e invariavelmente nunca como nada nessas ocasiões. Se eu quisesse comer, comia em casa, né? Mas sempre sou uma das primeiras a utilizar os serviços do garçom no quesito “líquidos”, o que é um perigo porque se cabeça vazia é oficina do capeta, estômago vazio + goró é a escola de samba do capeta!

E começa o “baile”. Sim, é baile porque é cafona mesmo. As bandas de casamento têm um tratado interno de tocarem as mesmas músicas. Enquanto o povo enche a barriga, musiquinhas estilo “besame mucho” pra não desviar a atenção da comida. Quando um tiozão desavisado tira a sua coroa pra dançar, começa a parte que realmente interessa: a baixaria.
A partir do momento que toca “eu perguntava do you wanna dance e te abraçava doyou wanna dance” já tá todo mundo animadinho. Não com a música, que é um horror, mas com a bebida mesmo.

E chega o momento “vergonha” pras moças solteiras. A hora do buquê. Confesso que não faço a mínima questão de pegá-lo, nem tanto por medo de casar, mas é que não acho que se engalfinhar com um monte de mulher por um ramalhete de flores mortas vá me trazer um marido. Mas sempre tem uma tia velha que tira minha taça da mão e me diz: “vai lá, vai”. E vou... E fico sempre no cantinho. E morro de vergonha. Nunca peguei nenhum buquê, não faço o menor esforço pra isso. Se ele cair no meu colo juro que viro de lado pra dar pra colega mais desesperada que estiver por perto. Juro.

Chega a hora do bolo, cuja beleza é inversamente proporcional à gostosura. O bolo é sempre coadjuvante, ninguém liga pra bolo em festa de casamento.

E flui a festa com suas bebedeiras e baixarias de praxe. É hora das crianças caírem de sono e dos mais velhos saírem à francesa. Ótimo, porque daí fica só quem interessa. Moços de terno... hummm.

Outro momento constrangedor: a venda dos pedaços da gravata do noivo. Abro outro parêntesis: você que vai casar, não forneça sua gravata pra esse ritual deselegante. Se quiser pedir esmola, coloca um cobertor nas costas e vá no semáforo mais próximo fazê-lo, ok?

Enfim, todo mundo alegrinho, gravatas devidamente afrouxadas, têm até as moças que arriscam ficar descalças no chão repleto de caco de vidro e bebida derramada... Xaveco, muito xaveco. Entre uma música da Ivete e outra, um garçom subornado pra trazer “aquele scotch”, hora de socializar, e, antes de ir embora, aproveitar o mais gostoso da festa. Os docinhos? Não, meu bem, os primos dos noivos!

E que os pombinhos sejam felizes para sempre...

Angel

Nenhum comentário: