sábado, 19 de junho de 2010

Festa Ju(l)nina

Junina ou julina essa tão tradicional festinha me confunde. Às vezes acho mara e outras um despropósito. Tenho minhas razões e vamos a elas.



As iguarias culinárias... hummm. Aquele bolo de milho que você só encontra nessa época do ano. Quando tem aquele fundinho levemente queimado então é sublime com chocolate quente, com um chorinho de conhaque. Uma mistura aquecedora de corações.



Já o quentão é pra acabar com o peão mesmo. Aquele mistura indigesta de pinga, cravo e gengibre é uma bomba calórica e alcoólica. Se bem que o vinho quente também tem suas calorias, mas tem umas frutinhas que dão a falsa ideia de ser saudável.



Sem falar que dá uma mistura aquecedora de colo uterino, que você começa a rezar até pra Santo Antônio te arranjar um par para pular a ‘fogueira’.



É claro que abomino o uso daquelas roupas ridículas, que dizem ‘caipira’. Pô, já morei em regiões rurais, moro ainda no interior (embora seja no pântano) e nunca vi pessoas com vestidos coloridos e de rendinha, sardas monstruosas e de trancinha. Os homens possuem dentes e sorrisos lindos e não usam botina mata-formiga-rasta-pé. E aqueles jeans agarradinhos e camisas semi abertas? Aigizuis...



A dança é um caso a parte. Morro de dó daquelas criancinhas com o nariz roxo de frio, cara de bunda, fazendo sempre os mesmos passinhos, balançando a saia ou o chapéu de palha, se enroscando nas fitas... Com aquelas mães loucas batendo fotos sem parar e nunca respeitando o restante da plateia.



Ultimamente só estou vendo festa junina decorada com bandeirinhas da copa. Aff... Chega a doer. Juro.



E as bombinhas? Ah... Minha TPM explodindo. Como pode existir pai retardado, que compra esse ‘brinquedinho’ perigoso aos filhos. Minha vontade é enfileirá-los e tacar fogo.



Antigamente havia os correios elegantes, que contribuíram bastante para a minha frustração adolescente. Isso quando eu não era presa na cadeia de bombinhas quase a festa toda, com os moleques mais tranqueiras do colégio.



Quando eu era criança fui par do cara mais feio e xarope da sala. Para o meu infortúnio nossa dança foi a melhor e tivemos que reapresentá-la. A minha foto ao lado dele deu até medo no fotógrafo. Verdadeira visão do inferno.



Com tantos desfavores assim, me resta pedir que me entreguem um caipira, um bolo de milho e um vinho quente, pois minha bandeirinha está verdinha e bombando.



E...



“Pula fogueira, iá iá, pula fogueira, iô iô...”



Balzaks

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