quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A torturosa calça jeans

Entra década, sai década, e ela está lá, firme, forte e poderosa em sua majestade: a calça jeans. Você pode ter usado ela de todas as formas: saint tropez, skinny, big, saruel, macacão, macaquinho, bermudinha, short, reta, bag, semi bag, e até boca-de-sino (se você usou as três últimas você tá véia, hein?)... Enfim, acredito que não há uma mulher no mundo ocidental que não tenha usado pelo menos uma vez na vida uma calça jeans.
Há calças jeans que marcam a vida da gente, nos fazem lembrar daquela fase “gostosa”, outras são ótimas pra trabalhar, outras te deixam com aquela bunda incrível, algumas mostram o que você não gostaria de mostrar... mas elas sempre estão lá, ou melhor, talvez estão aí, sendo usadas por você neste momento.
Porém, apesar de todo o glamour, a praticidade e a fama merecida desta peça coringa do guarpa-roupa feminino, tenho que admitir: comprar calças jeans é um momento, no mínimo, TENSO! Não existe uma peça do guarda-roupa que te denuncie com maior naturalidade e realismo que você ENGORDOU ou EMAGRECEU! É verdade, cara balzak. Você pode ser magra, gorda, gordérrima, baixinha, altona, loira, morena, corinthiana, budista, judia, enfim... quando a sua bunda, coxas, barriga ou qualquer outra parte do seu corpo que você odeie cresce, a danada da calça jeans te diz isso, com todas as letras!!!!
E, para piorar, as lojas, as vendedoras, os provadores, as fábricas de roupas e toda a indústria têxtil do índigo blue não ajudam nem um pouquinho com o nosso desespero. Vejamos:

Ato 1: Balzak olha para o seu guarda-roupa. Procura, procura, por uma calça que combine (e que sirva) para usar com aquela blusinha linda (barata ou cara) que ganhou naquela semana. Não, nada combina, e pior, as poucas calças que ela tem estão velhinhas, desbotadinhas, com cara de “roupa-de-ficar-em-casa”. Mas ela tenta, e percebe que as poucas calças que tem estão, impressionantemente, apertadas. Ué – ela pensa – essa empregada deve ter usado o sabão errado. Encolheu tudo. Mas Balzak relaxa. Nada que uma tarde de compras não resolva.

Ato 2: Balzak entra numa loja bacaninha, daquelas bonitinhas. O preço é meio caro, mas afinal ela merece gastar uns reais a mais para ficar bonita, não é mesmo? Vendedora 1 chega sorridente e diz: “Oi, posso ajudar?” Como balzak está muito decidida, já pede logo calças jeans no seu número, aquele número que há anos ela está acostumada a vestir. A vendedora dá uma olhada de cima abaixo em Balzak, o que a deixa meio constrangida, mas, como ela está de muito bom humor, pega o pesado fardo de 5 a 10 modelos diferentes e se dirige lépida ao provador, já pensando no valor do crediário ou do cartão (afinal, ela está disposta a gastar muito em sua nobre causa).

Ato 3: Apesar da loja ser bem bacaninha, o tal provador não parece ser um lugar dos mais agradáveis. Quente, apertado e com um espelho que parece deixar a pobre moça cheia de espinhas e, pior, rugas! Mas não, ela está aqui para experimentar calças, as rugas devem ser por causa da luz que não foi devidamente instalada.

Ato 4: Começa a tortura. Calça nº I – entrou, mas o zíper não fecha. Calça nº II – o zíper fecha, mas a barriga dorme em cima dela (a famosa calça-colchão). Calça nº III – credo, não passou nem na coxa? Calça nº IV (já suando) – ai, arrebentou o botão (deixa eu esconder). Calça nº V – O QUE???? Não ta passando nem no joelho? (Vendedora nº 1 interrompe – “Ta dando certo?” – resposta seca – He he, tá... Calça nº VI – Puta que pariu, devia ter passado mais creme antes de sair de casa, quem sabe assim a calça escorregava! Calça nº VI – Entrou (apertada). Mas além de ter ficado pula-brejo, a cintura dela bate no seu pescoço. Calça nº VII – Uffa! Entrou! Mas peraí, essa é um número acima do meu! Jamais! (vendedora nº 1 interrompe de novo – “Precisa de ajuda?” – Vontade de responder “Preciso, traz um médico e uma maca que vamos começar uma lipoaspiração aqui mesmo”, mas você responde, calmamente – “Não, obrigada, já terminei”.

Ato 5 : Suada, vermelha, bufando e com cara de poucos amigos, Balzak se dirige ao balcão, acompanhada de um bolo amorfo de calças amassadas e com os zíperes escancarados. Vendedora nº 1 pergunta: “Qual você vai levar?”. Balzak sorri, sem graça, (enquanto enxuga o suor do rosto) – “Então, gostei de quase todas, ficaram lindas, mas acho que hoje não vou levar nada não, tô sem talão de cheques, tô com pressa, passo aqui pra pegar depois, é pra presente” - ou qualquer das 459 desculpas que toda vendedora de loja feminina já conhece de cor.
É isso, amiga balzak. E é real, aconteceu comigo ontem. O que fazer? Sair marchando dali em 30 segundos, entrar na primeira sorveteria, McDonalds, padaria ou qualquer lugar que sirva “gordura” fast food o mais rapidamente possível e prometer a si mesma que vai criar vergonha na cara e começar aquele regime ONTEM, enquanto saboreia um duplo X bacon salada egg com milk shake.
Não importa se você usa 36, 38, 42 ou 48. Isso vai acontecer com você. Porque a calça jeans fala e nunca mente. E a única frase que ela aprendeu a falar é: “VOCÊ TÁ GORDA!”.

Angel

2 comentários:

J a m disse...

KKkk.....muito bom pior que isso rola mesmo

Anônimo disse...

Não é gorda, é fofinha...