terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Como vovó já dizia...

Pessoas, já citei aqui no blog que não estou apaixonada e nem desapaixonada, mas apaixonável.
E, segundo conselhos pra lá de balzaquianos, de nossas avós, por exemplo, não devemos demonstrar muito nossa paixonite. O lance sempre segue a ordem de não dar muita moral ou, para as mais cruéis, esnobar mesmo o cueca.
Não importa o modelo da cueca, você sempre cai na 'Dúvida Charlene': arrastar ou balançar a cauda.
Nós, balzaquianas, seguimos o conselho da sábia Vovó Zilda: arrastar, mas dar umas balançadinhas.
Acredito que não temos mais idade para velhos joguinhos de relacionamento. Friso, de relacionamento, porque joguinhos amorosos é ótemo, principalmente na vertical (nada contra a horizontal).
Mas tens uns cuecas que não vivem sem esse joguinho, que acredito ter sido inventado por umas zinhas nóias, ou mesmo que tudo isso não passa de uma mega convenção social quiçá criada (teoria da conspiração) por operadoras de telefone, que, cansadas dos lucros que não subiam, criaram a figura do “cara-que-liga-no-dia-seguinte” como a salvação das mocinhas desamparadas.
Devaneios à parte, esperar o cueca entrar em contato nada mais é que a supremacia das atitudes machistas. Isso mesmo! Antigamente as mocinhas esperavam as “cartas de amor’, depois esperavam que os cuecas ligassem na sua casa (não existia celular, você tinha que ficar plantada em casa, aff), depois SMS, ligações bêbadas na madrugada, add no MSN, orkut, e tudo o mais de fuçança na vida alheia digital que puder ser criado, só pra terem a mesmíssima sensação dos tempos de outrora, que é: “ELE LEMBROU DE MIM”. Se liga, garota! (sem trocadilhos).

Eu mesma adoraria ligar para o cueca no 'dia seguinte'. Não vejo nada de balanceado de cauda nisso. Creio ser uma atitude madura eu demonstrar que quero falar com ele, que curti o barato, essas coisas. É claro que não vou implorar para repetir a dose e ligar a toda hora e a toda cerveja pro ser, né. Prefiro pecar pelo erro do que pela omissão. Eu ligo, se tiver uma boa recepção, aguardo retorno. Senão, foda-se, a água vai continuar passando embaixo da ponte.
Mas tem uns cuecas que se melam de medo da garota ligar! Até gostariam que ligassem, mas se ligam, eles já acham que elas vão querer amarrá-los.
Meus queridos, as calcinhas não estão mais desesperadas assim para arrumar cuecas não. Somos muito seletivas. Um telefonema, email, out door, recados por pombos, dirigíveis ou fumacinha não vai anelar nossos dedinhos, nem os seus.

Tem um livro que é meio bíblia entre mulheres descoladas (ou nem tanto), escrito pelas roteiristas de Sexy and the City (não vou aqui discutir se o tal seriado famosinho presta ou não)... Pois bem, o tal livro tem o singelo título de “Ele simplesmente não está a fim de você”, e, pra quem ainda não leu, resume-se a dizer que se o cueca não liga no dia seguinte, ESQUEÇA! Mesmo se ele for um médico da Cruz Vermelha e estiver salvando refugiados de guerra de uma peste que assolou um país isolado no Norte da África - isso mesmo - um cueca (segundo a opinião dos autores do tal livro) tem a obrigação de te ligar.
Eu não sei... já fui “ligada” no dia seguinte por caras maras e pelos que não tinham nada a ver. E eu também não tinha nada a ver com eles, talvez ligaram pra ver se conseguiriam comer alguma coisa num domingo chuvoso... e também já tive outros cuecas que simplesmente esqueceram de ligar (até de pegar meu telefone), mas que eram o máximo, e quando me viram numa ‘próxima vez’, não esconderam o brilhinho nos olhos e o olhar de contentamento.
Acho gostoso o próximo contato após uma 'ficada', torna a situação bem excitante. Mas eu confesso que fico com um certo medinho. Não sei se posso chegar-chegando no cara, então tomo uma atitude mais social: beijinho no rosto e papo furado. Daí vai da situação, com o desenrolar da coisa a gente vê se rola ou não. Se a noite foi boa e você, digamos, balançou bem a cauda e o cara não for do tipinho escroto, a coisa rola. E bem melhor que da primeira vez!
Mas se o cara não curte mulher que balança, paciência, que morra de abstinência com uma calcinha apática. Eu prefiro soltá-lo em água corrente, quem sabe um dia aprende a nadar.
É sempre constrangedor os últimos momentos de uma noite com o ser. Às vezes temos pequenos lapsos de insegurança e esperamos que o cueca nos peça nosso telefone.

Pra não incorrer em dúvida, faça o mais certo... mentaliza o cara, sinta as “borboletas no estômago” (expressão americana bem esquisita essa), ouça aquela música que o Chico Buarque, o Marcelo Camelo ou qualquer outro compositor, que nem sabe que você existe, fez: “sopra vocês dois” e, como no poema nunca fora de moda do Fernando Pessoa, sinta “um acréscimo de estima por si mesma”... VOCÊ MERECE!

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Balzaks e Angels

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