quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Speedy Racer (2)

Eis que surge a segunda parte da saga dos motoristas-qualquer-coisa-da-vida. Essa é a visão, não da cadeirinha do banco de trás, mas de minha querida companheira de blog, a Angel.

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Motorista lobo-solitário: ele acha que está sozinho no mundo, portanto, dirige como se estivesse vagando pela imensidão das ruas e avenidas que são só dele. É, só você não sabe, mas esse ser comprou todos os logradouros urbanos e passou escritura! Só pode ser por esse motivo que o lobo-solitário vagar à vontade, ora em passos de tartaruga, ora correndo como o speedy racer. A rua é dele mesmo, ele pode fazer o que quiser. Seta? Pra que isso? Quem está sozinho na rua (mesmo com um trânsito de matar) não precisa avisar ninguém que vai entrar ou sair da vaga. Aliás, as vagas também são dele, e você pode se matar de sinalizar pro dono da rua que você quer entrar, não adianta. Para ele, você é invisível.

O lobo solitário também não se preocupa nem um pouco e dar a passagem quando é obrigatório, muito menos com os coitados dos pedestres que são quase atropelados por ele a toda hora. Afinal, pro lobo solitário o mundo é um deserto do Saara.

Motoristas Lhotos: Lhoto é a abreviação carinhosa para “velhoto”, e digo carinhosa porque não tenho nada contra velhinhos fofinhos, desde que os mesmos não se aventurem a entrar num carro que não seja na qualidade de passageiro. Essa categoria se subdivide em duas: masculina e feminina. As velhotinhas são aquelas senhorinhas, muito miudinhas, muito bonitinhas, que não têm a menor pressa pra chegar na feira ou na casa da irmã pra levar aquela receita de bolo. Portanto, as tartarugas são ‘Shummachers” em comparação a elas. E pode reparar: quando você ver um carro andando sozinho, não se assuste: sempre tem uma velhinha atrás do volante, ou melhor, grudada nele, abaixadinha, tão abaixada que a gente nem a vê pelo lado de fora. Assim, é claro que a senhorinha nunca vai conseguir enxergar o que acontece do lado de fora do seu fusquinha 68 conservado! E com toda essa calma, a falta de visão adquirida com a catarata e uma barbeiragem burilada ao longo dos anos...é cagada na certa!
Mas existe ainda o Lhoto masculino... ah, os vovôs! Bonitinhos também, muito distintos, mas teimosos como uma porta! A falta de visão e a lerdeza é a mesma das senhorinhas, mas estes têm um agravante: são cuecas há mais tempo! E como todo cueca que se presa, para eles o único carro que presta no mundo são aquelas banheiras enormes que eram o máximo no seu tempo de garotos, mas que hoje em dia só servem pra aparecer no Lata Velha do Caldeirão. Sim, aqueles Dodges ou Cadilacs cujo escapamento solta mais fumaça que o Bob Marley, que ocupam metade do quarteirão e que não cabem em vaga nenhuma (apesar deles sempre tentarem enfiá-los à força). O Lhoto sempre tem um filho ou neto que diz: “Papai (ou vovô), o senhor tem dinheiro suficiente pra contratar um motorista”, ou então ‘O senhor já dirigiu demais nessa vida, pega um táxi” ou ainda “Faça caminhadas que é bom pra saúde”... Mas não adianta. O velhinho quer provar que ainda é uma “brasa, mora?”, e que é o único que sabe dirigir seu possante.

Motorista-mulherzinha: essas merecem ouvir a célebre frase: “lugar de mulher é no tanque”. Distraídas que só, esquecem de tudo o que tão fazendo pra apertar uma espinha ou retocar o batom no espelho retrovisor. Aliás, ninguém contou pra eles que aquele espelhinho não é pra fazer maquiagem, é pra ver o que tá acontecendo lá atrás, por incrível que pareça. E quando a mulherzinha é mãe, valha-me Deus! É fácil reconhecer. O carro geralmente é entulhado de quinquilharias (de mochila escolar a vaso de planta) e “decorado” com adesivos auto-colantes que vêm no chiclete no banco de trás. As mamães param todo o trânsito pra buscar seus rebentos na escola, e na hora de sair da sua frente, mais uma vez esquecem a função do retrovisor e saem calmamente, não sem antes dar aquela arranhada no câmbio, típica de qualquer mulherzinha barbeira que se preze.

Motoristas enamorados: estes sempre andam em dupla, ou melhor, casal. Acham que o mundo é cor de rosa e que o seu carro é um motel que anda. Podem reparar. Sábado à noite é fatal você ver dentro do carro o mocinho dirigindo com uma mão só, enquanto acaricia as pernas da moçoila ao lado, que por sua vez tá quase caindo em cima do namorado-motorista, com meia bunda sentada no freio de mão e a outra meia-bunda sentada no colo do seu lover. Ah, e se beijam, como se beijam! Ok, tudo bem, podem namorar, beijar na boca é tudo de bom! Mas se esquecem que pra beijar geralmente fecham os olhos, e pra dirigir é no mínimo necessário estar de olhos abertos, com as duas mãos no volante e com pelo menos uma das mãos livres pra trocar de marcha! Com todo esse agarramento dentro do carro, esquecem que há um mundo lá fora, aí já viu....

Motoboy: AAAAAAAAAAAAAIIIIIIIII, que ÓDIO! Olha, desculpa se tem algum motoboy lendo esse post, mas putaqueopariu, que raça! Desconheço alguém que suporte esses seres. São, definitivamente, os piores. E acham bonito serem odiados. Tanto que adoram ser chamados de “cachorro loco”. Os “manos”, além de falarem um dialeto que só eles entendem (quando estão com bunda despregada da CG 150, parcelada em 60 vezes), são insuportáveis! Irritantes e perigosos. Uns malas mesmo! Passam por cima de tudo e de todos, seu objetivo não é chegar nos destinos, é emputecer o máximo de motoristas possível e causar o máximo de acidentes que possam ser causados em um dia. É brincar com as estatísticas.

Fazem corredor da morte nas avenidas, chutam os pobres espelhinhos retrovisores, e quando batem no seu carro saem rindo e cobrindo a placa com a mão, pra não ter que responder o BO! Como não ficar irado com essas criaturas? Pior de tudo, são corporativos, se ajudam, e usam a categoria “moto-boy” como uma religião. Dizem que “para-choque de motoboy é o peito” e que eles tem uma vida muito difícil, porque são os primeiros a morrer no trânsito. Sei não, acho que pra cada motoboy que morre existe uma reserva de mais uns 20 esperando para atormentar a gente na rua. Porque, vamos combinar, eles surgem que nem erva daninha!

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Se você lembra de mais algum tipindo automotivo ou a carapuça te serviu e você ficou puto, despejem sua ira nos comentários.

Angel

Minha vida sem Dexter

Gentis, hoje estou assistindo um pedaço da novela das 8 que começa às 9. Tá, tudo isso é consequência do Dexter ter dado pau (no mau sentido).
Vi uma cena de um pré-casamento, ou sei lá o que é aquilo, que o cara tá com uma cara desoladora. Também pudera. Não tenho nada contra a Juliana de Paes, aliás, acho bunitinha a menina, mas casar num é uma das minhas maiores aptidões atualmente e o garoto tá casando contra a vontade.
Na cerimônia desse pré-num-sei-o-quê rola mó dançança. Se comparado ao que vemos por aí seria um bom rala-coxa ou um pagodão mesmo, regado a muito goró.
Mas, genteeeee, a cena que eu vi depois me estarreceu. A mocinha se encontra com o amante, que é nada menos que o tesão tal do Márcio Garcia e já lasca mó beijão na boca do menino. Não achei que isso acontecia por lá. Todo mundo fala que tudo é tão careta por aqueles lados.
Enfim, ele arrasta a garota do meio da rua pra um beco. Não, minhas queridas balzaks, num é esses becos que a gente imagina. É um super luxo de beco, cheio de velas, ouros, pedras, cortinas, tapetes, cheiros e muitos véus arrancados no caminho. Adoorei!
Vamos combinar? O simples arrasto já é um arraso, né? Ainda mais com toda essa pluma. Só em novela mesmo, porque se na Índia isso rola, sem casamento a cabresto, eu já to rolando pra lá.
A cena voltou. Ela com cara mamolente. Ele falando aquelas coisinhas bizarras que ouvimos em qualquer buteco. Ela falando que nem reparou no noivo. Mentira da grossa!!! Até eu reparei. Nossa, eles estão fazendo ruídos que eu até conheço, só que com umas palavras que eu ainda não usei. Quero um dicionário indiano já. Putz, tava ficando bom. Até mandei minha garota pra fora da sala. Como diria qualquer resumo de novela: "Ela se entregou" kkkk. Maldita censura. Começou intervalo com os maleditos big bostas.
Vou tentar outro seriado. Já devem ter feito horrores sem nossos queridos telespectadores.
Aff... é por isso que odeio novelas.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Mulheres que me envergonham (II)

Após o enorrrme (ui) sucesso do post sobre motoristas. Nem saiu do forno a parte II e o povo já me manda essas coisas. Não resisti. Desculpem-me balzaks loiras.
O DIÁRIO DE UMA MOTORISTA LOIRA
5 de Janeiro: Passei no exame de direção! Posso agora dirigir o meu próprio carro, sem ter que ouvir as recomendações dos instrutores, sempre dizendo "Por aí é sentido proibido!", " Vamos sair da contra-mão!", "Olha a velhinha! Freia! Freia!", e outras coisas do gênero. Nem sei como aguentei estes últimos dois anos e meio...
8 de Janeiro: A Auto-Escola fez uma festa de despedida para mim. Os instrutores nem sequer deram aulas. Um deles disse que ia à missa, julgo que vi outro com lágrimas nos olhos e todos disseram que iam embebedar-se, para comemorar. Achei simpática a despedida, mas penso que a minha carteira não merecia tal exagero.
12 de Janeiro: Comprei meu carro, e infelizmente tive que deixá-lo na concessionária para substituir o pára-choque traseiro pois, quando tentei sair, engatei marcha-a-ré ao invés da primeira. Deve ser falta de prática, também pudera já faz uma semana que não dirijo!
14 de Janeiro: Já tenho o carro. Fiquei tão feliz ao sair da concessionária, que resolvi dar um passeio. Parece que muitos outros tiveram a mesma idéia, pois fui seguida por inúmeros automóveis, todos buzinando como num casamento. Para não parecer antipática, entrei na brincadeira e reduzi a velocidade de 10 para 5 km por hora. Os outros gostaram e buzinaram ainda mais.
22 de Janeiro: Os meus vizinhos são impecáveis. Colocaram posters avisando em grandes letras " ATENÇÃO ÀS MANOBRAS ", marcaram com tinta branca um lugar bem espaçoso para eu estacionar e proibiram os filhos de sair à rua enquanto durassem as manobras. Penso que é tudo para não me perturbarem. Ainda há gente boa neste mundo...
31 de Janeiro: Os outros motoristas estão sempre a buzinar e fazer gestos. Acho isso simpático, embora um pouco perigoso. É que um deles apontou para o céu com o dedo do meio. Quando procurei ver o que ele estava apontando, quase bati. Ainda bem que eu ia à minha velocidade de costumeira de 10km por hora.
10 de Fevereiro: Os outros motoristas tem hábitos estranhos. Além de acenarem muito, estão sempre gritando. Não escuto nada, por estar com os vidros fechados, mas parece que querem dar informações. Digo isto porque julgo ter percebido um dizendo "Vai para Casa Dona Maria ". Acho isso espantoso. Não sei como ele adivinhou meu nome e para onde eu ia. De qualquer modo, quando eu descobrir onde fica o botão que desce os vidros, vou tirar muitas dúvidas.
19 de Fevereiro: A Cidade é muito mal iluminada. Fiz hoje meu primeiro passeio noturno e tive de andar sempre com o farol alto aceso, para ver direito. Todos os motoristas com quem cruzei pareciam concordar comigo, pois também ligaram o farol alto e alguns chegaram mesmo a acender outros faróis que tinham. Só não percebi a razão das buzinadas.Talvez para espantar algum bicho. Sei lá.
26 de Fevereiro: Hoje me envolvi num acidente. Entrei numa rotatória, e como tinha muito carro (não quero exagerar, mas deviam ser, no mínimo, uns quatro). Não consegui sair. Fui dando voltas bem juntinho ao centro, à espera de uma oportunidade, de tal forma que acabei por ficar tonta e bati no monumento no centro da rotatória. Acho que deviam limitar a circulação nas rotatórias a um carro de cada vez.
3 de Março: Estou em maré de azar. Fui buscar o carro na oficina e, logo à saída, troquei os pés, acelerando fundo em vez de frear. Bati num carro que ia passando, amassando todo o lado direito. O motorista era, por coincidência, o inspetor que me aprovou no exame de direção. Um bom homem, sem dúvida. Insisti em dizer que a culpa era minha, mas ele educadamente, não parava de repetir para si mesmo: "Que Deus me perdoe! Que Deus me perdoe!".
Sugerido por Carlão

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A torturosa calça jeans

Entra década, sai década, e ela está lá, firme, forte e poderosa em sua majestade: a calça jeans. Você pode ter usado ela de todas as formas: saint tropez, skinny, big, saruel, macacão, macaquinho, bermudinha, short, reta, bag, semi bag, e até boca-de-sino (se você usou as três últimas você tá véia, hein?)... Enfim, acredito que não há uma mulher no mundo ocidental que não tenha usado pelo menos uma vez na vida uma calça jeans.
Há calças jeans que marcam a vida da gente, nos fazem lembrar daquela fase “gostosa”, outras são ótimas pra trabalhar, outras te deixam com aquela bunda incrível, algumas mostram o que você não gostaria de mostrar... mas elas sempre estão lá, ou melhor, talvez estão aí, sendo usadas por você neste momento.
Porém, apesar de todo o glamour, a praticidade e a fama merecida desta peça coringa do guarpa-roupa feminino, tenho que admitir: comprar calças jeans é um momento, no mínimo, TENSO! Não existe uma peça do guarda-roupa que te denuncie com maior naturalidade e realismo que você ENGORDOU ou EMAGRECEU! É verdade, cara balzak. Você pode ser magra, gorda, gordérrima, baixinha, altona, loira, morena, corinthiana, budista, judia, enfim... quando a sua bunda, coxas, barriga ou qualquer outra parte do seu corpo que você odeie cresce, a danada da calça jeans te diz isso, com todas as letras!!!!
E, para piorar, as lojas, as vendedoras, os provadores, as fábricas de roupas e toda a indústria têxtil do índigo blue não ajudam nem um pouquinho com o nosso desespero. Vejamos:

Ato 1: Balzak olha para o seu guarda-roupa. Procura, procura, por uma calça que combine (e que sirva) para usar com aquela blusinha linda (barata ou cara) que ganhou naquela semana. Não, nada combina, e pior, as poucas calças que ela tem estão velhinhas, desbotadinhas, com cara de “roupa-de-ficar-em-casa”. Mas ela tenta, e percebe que as poucas calças que tem estão, impressionantemente, apertadas. Ué – ela pensa – essa empregada deve ter usado o sabão errado. Encolheu tudo. Mas Balzak relaxa. Nada que uma tarde de compras não resolva.

Ato 2: Balzak entra numa loja bacaninha, daquelas bonitinhas. O preço é meio caro, mas afinal ela merece gastar uns reais a mais para ficar bonita, não é mesmo? Vendedora 1 chega sorridente e diz: “Oi, posso ajudar?” Como balzak está muito decidida, já pede logo calças jeans no seu número, aquele número que há anos ela está acostumada a vestir. A vendedora dá uma olhada de cima abaixo em Balzak, o que a deixa meio constrangida, mas, como ela está de muito bom humor, pega o pesado fardo de 5 a 10 modelos diferentes e se dirige lépida ao provador, já pensando no valor do crediário ou do cartão (afinal, ela está disposta a gastar muito em sua nobre causa).

Ato 3: Apesar da loja ser bem bacaninha, o tal provador não parece ser um lugar dos mais agradáveis. Quente, apertado e com um espelho que parece deixar a pobre moça cheia de espinhas e, pior, rugas! Mas não, ela está aqui para experimentar calças, as rugas devem ser por causa da luz que não foi devidamente instalada.

Ato 4: Começa a tortura. Calça nº I – entrou, mas o zíper não fecha. Calça nº II – o zíper fecha, mas a barriga dorme em cima dela (a famosa calça-colchão). Calça nº III – credo, não passou nem na coxa? Calça nº IV (já suando) – ai, arrebentou o botão (deixa eu esconder). Calça nº V – O QUE???? Não ta passando nem no joelho? (Vendedora nº 1 interrompe – “Ta dando certo?” – resposta seca – He he, tá... Calça nº VI – Puta que pariu, devia ter passado mais creme antes de sair de casa, quem sabe assim a calça escorregava! Calça nº VI – Entrou (apertada). Mas além de ter ficado pula-brejo, a cintura dela bate no seu pescoço. Calça nº VII – Uffa! Entrou! Mas peraí, essa é um número acima do meu! Jamais! (vendedora nº 1 interrompe de novo – “Precisa de ajuda?” – Vontade de responder “Preciso, traz um médico e uma maca que vamos começar uma lipoaspiração aqui mesmo”, mas você responde, calmamente – “Não, obrigada, já terminei”.

Ato 5 : Suada, vermelha, bufando e com cara de poucos amigos, Balzak se dirige ao balcão, acompanhada de um bolo amorfo de calças amassadas e com os zíperes escancarados. Vendedora nº 1 pergunta: “Qual você vai levar?”. Balzak sorri, sem graça, (enquanto enxuga o suor do rosto) – “Então, gostei de quase todas, ficaram lindas, mas acho que hoje não vou levar nada não, tô sem talão de cheques, tô com pressa, passo aqui pra pegar depois, é pra presente” - ou qualquer das 459 desculpas que toda vendedora de loja feminina já conhece de cor.
É isso, amiga balzak. E é real, aconteceu comigo ontem. O que fazer? Sair marchando dali em 30 segundos, entrar na primeira sorveteria, McDonalds, padaria ou qualquer lugar que sirva “gordura” fast food o mais rapidamente possível e prometer a si mesma que vai criar vergonha na cara e começar aquele regime ONTEM, enquanto saboreia um duplo X bacon salada egg com milk shake.
Não importa se você usa 36, 38, 42 ou 48. Isso vai acontecer com você. Porque a calça jeans fala e nunca mente. E a única frase que ela aprendeu a falar é: “VOCÊ TÁ GORDA!”.

Angel

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Speedy Racer (1)

Vocês se lembram daquele desenho do Pateta, onde ele é um grande pateta no resto do mundo, que não mata nem uma formiga, mas quando entra num carro começa e virar um monstro estressado?
Pois é, tenho meu lado Pateta, apesar de matar insetos que rondam meu pântano.
Quando entro no carro 'monstreio' de uma forma que vocês devem ter ideia. Mas putaquepariu é uma desgraça dirigir nessa cidade, onde quase só você sabe dirigir.
Aposto que na tua também.
Eles me fizeram perder tempo em classificá-los, mas declaro que os tipos que irei citar não diferem de sexo ou idade:

- Motorista-caramujo: Africano ou não, o sangue do cara-caramujo se arrasta tão lentamente pelas suas veias que interfere no peso do seu pé. Não quero que dirijam como loucos, mas tenham um pouco de bom senso. Para eles são necessárias placas de limite mínimo de velocidade e multas. A pessoa aparenta estar eternamente num gracioso passeio de domingo, em plena segundona-pico do caramba.
O que fazer?
Você pode ultrapassá-lo ou seguir as regras da vigilância sanitária: esmague-os e enterre-os a 80 cm de profundidade com bastante cal. É batata!

- Motorista-drive in: Esse crê que todos devem atendê-lo no carro, o restante que se ferre para procurar vagas, sombra, pagando zona azul ou estacionamento. O supremo ser-drive in apenas para seu carrito e faz a dele: deixa/apanha cachorro em pet shop, crianças/mãe/vítimas em escola/balé/academia, compra cigarros e cerveja... e por aí fica.
O que fazer?
Não há muito que fazer. Se você acerta a traseira dele estará errada. Às vezes não dá pra ultrapassar. O jeito é xingar toda a descendência, ascendência e futuras encarnações do indivíduo. Ou confeccionar um bonequinho de vodu, se você tiver as manhas.

- Motorista-tarado: O cara não tem moral pra grudar no teu traseiro, então cola no do teu carro, só pode ser. E com o farol alto, é lógico. Pentelhice pouca é bobagem! E você não precisa ser caramujo para pagar essa tara automobilística. Isso quando não faz o desfavor de buzinar! Seria romântico se não fosse cretino.
O que fazer?
Deixe o menino ultrapassar e ir. Encosta o carro e largue desse encosto de pessoa!

- Mc Motorista: Não importa se a música do carro dele é boa ou não, o que importa é que ele faz "qüestã" de que você ouça com ele. Trata-se de um motorista carente. Há lugares aqui que eles se aglomeram. Ao invés de ajudar a mãe pagar supermercado, investem em potências. Gastem com puta muda então! Adoro os lugares onde isso é proibido. E cobro muito isso. Eu não fumo, não bebo e não falo palavrão em locais proibidos.
O que fazer?
Eu, geralmente, calço a cara e os saltos e vou falar com a pessoa. Começo educada, se não rola, deixo minha mais cruel TPM agir conforme sua natureza.

- Motorista-intestino: O cara só faz merda. Te fecha, estaciona defronte garagens, em vagas para deficientes, idosos e o escambau. O ser-merda passa o tempo todo piscando o cú que não sabe o que é seta. Nem a deles, quanto mais a tua. A vida deles se baseia em fazer caca. E se estressam quando a merda fede, hein. É afetada a criança.
O que fazer?
Tampe o nariz e se afaste.

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Mas o que fazer quando encontramos milhões dessas variadas espécies em nosso caminho?

Tá ligado no tal do São Cristóvão? Rezem para ele, com toda a fé do teu coração.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Como vovó já dizia...

Pessoas, já citei aqui no blog que não estou apaixonada e nem desapaixonada, mas apaixonável.
E, segundo conselhos pra lá de balzaquianos, de nossas avós, por exemplo, não devemos demonstrar muito nossa paixonite. O lance sempre segue a ordem de não dar muita moral ou, para as mais cruéis, esnobar mesmo o cueca.
Não importa o modelo da cueca, você sempre cai na 'Dúvida Charlene': arrastar ou balançar a cauda.
Nós, balzaquianas, seguimos o conselho da sábia Vovó Zilda: arrastar, mas dar umas balançadinhas.
Acredito que não temos mais idade para velhos joguinhos de relacionamento. Friso, de relacionamento, porque joguinhos amorosos é ótemo, principalmente na vertical (nada contra a horizontal).
Mas tens uns cuecas que não vivem sem esse joguinho, que acredito ter sido inventado por umas zinhas nóias, ou mesmo que tudo isso não passa de uma mega convenção social quiçá criada (teoria da conspiração) por operadoras de telefone, que, cansadas dos lucros que não subiam, criaram a figura do “cara-que-liga-no-dia-seguinte” como a salvação das mocinhas desamparadas.
Devaneios à parte, esperar o cueca entrar em contato nada mais é que a supremacia das atitudes machistas. Isso mesmo! Antigamente as mocinhas esperavam as “cartas de amor’, depois esperavam que os cuecas ligassem na sua casa (não existia celular, você tinha que ficar plantada em casa, aff), depois SMS, ligações bêbadas na madrugada, add no MSN, orkut, e tudo o mais de fuçança na vida alheia digital que puder ser criado, só pra terem a mesmíssima sensação dos tempos de outrora, que é: “ELE LEMBROU DE MIM”. Se liga, garota! (sem trocadilhos).

Eu mesma adoraria ligar para o cueca no 'dia seguinte'. Não vejo nada de balanceado de cauda nisso. Creio ser uma atitude madura eu demonstrar que quero falar com ele, que curti o barato, essas coisas. É claro que não vou implorar para repetir a dose e ligar a toda hora e a toda cerveja pro ser, né. Prefiro pecar pelo erro do que pela omissão. Eu ligo, se tiver uma boa recepção, aguardo retorno. Senão, foda-se, a água vai continuar passando embaixo da ponte.
Mas tem uns cuecas que se melam de medo da garota ligar! Até gostariam que ligassem, mas se ligam, eles já acham que elas vão querer amarrá-los.
Meus queridos, as calcinhas não estão mais desesperadas assim para arrumar cuecas não. Somos muito seletivas. Um telefonema, email, out door, recados por pombos, dirigíveis ou fumacinha não vai anelar nossos dedinhos, nem os seus.

Tem um livro que é meio bíblia entre mulheres descoladas (ou nem tanto), escrito pelas roteiristas de Sexy and the City (não vou aqui discutir se o tal seriado famosinho presta ou não)... Pois bem, o tal livro tem o singelo título de “Ele simplesmente não está a fim de você”, e, pra quem ainda não leu, resume-se a dizer que se o cueca não liga no dia seguinte, ESQUEÇA! Mesmo se ele for um médico da Cruz Vermelha e estiver salvando refugiados de guerra de uma peste que assolou um país isolado no Norte da África - isso mesmo - um cueca (segundo a opinião dos autores do tal livro) tem a obrigação de te ligar.
Eu não sei... já fui “ligada” no dia seguinte por caras maras e pelos que não tinham nada a ver. E eu também não tinha nada a ver com eles, talvez ligaram pra ver se conseguiriam comer alguma coisa num domingo chuvoso... e também já tive outros cuecas que simplesmente esqueceram de ligar (até de pegar meu telefone), mas que eram o máximo, e quando me viram numa ‘próxima vez’, não esconderam o brilhinho nos olhos e o olhar de contentamento.
Acho gostoso o próximo contato após uma 'ficada', torna a situação bem excitante. Mas eu confesso que fico com um certo medinho. Não sei se posso chegar-chegando no cara, então tomo uma atitude mais social: beijinho no rosto e papo furado. Daí vai da situação, com o desenrolar da coisa a gente vê se rola ou não. Se a noite foi boa e você, digamos, balançou bem a cauda e o cara não for do tipinho escroto, a coisa rola. E bem melhor que da primeira vez!
Mas se o cara não curte mulher que balança, paciência, que morra de abstinência com uma calcinha apática. Eu prefiro soltá-lo em água corrente, quem sabe um dia aprende a nadar.
É sempre constrangedor os últimos momentos de uma noite com o ser. Às vezes temos pequenos lapsos de insegurança e esperamos que o cueca nos peça nosso telefone.

Pra não incorrer em dúvida, faça o mais certo... mentaliza o cara, sinta as “borboletas no estômago” (expressão americana bem esquisita essa), ouça aquela música que o Chico Buarque, o Marcelo Camelo ou qualquer outro compositor, que nem sabe que você existe, fez: “sopra vocês dois” e, como no poema nunca fora de moda do Fernando Pessoa, sinta “um acréscimo de estima por si mesma”... VOCÊ MERECE!

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Balzaks e Angels

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A chapa esquentou, meu chapa


Janice McCarl estava se sentindo solitária. E então ela aceitou um convite para ir até a casa de um amigo, em Longmont (Colorado), onde aconteceria um churrasco. Só que a americana de 53 anos estava com más intenções. De acordo com o relatório da polícia, Janice teria dopado o pobre anfitrião, de 50 anos. E depois... Bom, depois só Deus sabe o que aconteceu naquela casa. O homem alega que foi estuprado por Janice quando estava fora de si. Ao acordar, ele estava pelado na cama ao lado de Janice, também despida, exibindo um sorriso maroto e acariciando suas nádegas... A americana foi denunciada e acabou atrás das grades."
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Querida Janice,
Tá difícil acreditar que um cara de 50 anos, mamado como um leitão, tenha sido sua vítima. Pairam algumas dúvidas sobre o assunto. Ainda mais pelo 'crime' ter como cenário um churrasco.
Vamos tentar levantar (ui) pistas sobre isso:
  • Seria excesso de vinagrete?
  • Escassez de picanha?
  • Muita catuaba?
  • Muita grelha e pouco espeto?
  • A falta de trema na linguiça?
  • Você viajou na maionese?
  • O mais pitéu tinha 50 anos?
  • Ou a coisa tava pegando mais fogo que o carvão e você resolveu passar a brasa no pobre 'garoto'?
Sinistra... (que meda dela)

Amizade (DES)colorida

Tem coisa mais platônica que querer pegar cueca-amigo? Aquele ser que você admira, acha gato, sai para beber todas, zoa seu time, conhece suas fraquezas, suas preferências... Enfim, tá sempre junto e te acha mó gente boa.
E um belo dia você começa a olhar o ser com outros olhos. Rola um suspiro. Um 'Como seria e tal'. Acha que tá xonada e babau...
Lamento, baby, não recomendo.
Não quero desiludi-las (ou quero?), mas o cara quando resolve ser amigo de uma mulher é de uma fidelidade canina! Nada sacode seu estoque de testosterona. Você pode dormir pelada do lado do ser que ele nem olha. Ele não se toca nem quando você esbarra acidentalmente nele durante a noite.
O irritante é quando ele começa a te contar suas aventuras sexuais como se você fosse cueca também. E ele quer comer todas as suas amigas, menos você. Lembra da piada da filha da puta? E nos pedem dicas! Vá me se foder!! Será que não notam nossos olhinhos pedantes, nossos pensamentos pecaminosos e nossos pézinhos melindrosos na areia?
Não adianta, caras amigas, dar um porre no cueca-amigo. Não adianta tentar pagar na mesma moeda e ficar com os amigos dele. Mesmo porque não há contas a pagar, né bem, só na tua cabecinha mesmo.
Mas o pior, o pior mesmo, é que você não consegue desencanar do sujeito por um motivo muito simples: ao contrário dos outros tipos de cueca, esse não te decepciona (a nar ser pelo fato de que nem tchuns pra te pegar). Não deixa de te ligar no “dia seguinte”, aliás, dia seguinte de que? Ele te liga TODO DIA! Liga pra perguntar que gravata fica melhor com aquele terno cinza, pra dizer que conheceu uma banda que é “a tua cara”, pra pedir conselhos sobre que flor comprar pra mais nova conquista dele, pra te convidar pra sair naquela noite chuvosa que todo mundo te esqueceu e não tem nada na cidade que preste. Um fofo....um saco!

O cueca-amigo também nunca esquece seu aniversário, nunca deixa de elogiar seu corte novo de cabelo e também usa de toda a sua sinceridade pra te dizer que aquele vestido amarelo te deixou gorda ou que aquele último cara que você pegou é um mala. Como se irritar com esse gênero perfeito de homem? Aliás, QUASE perfeito, porque pra chegar à perfeição mesmo, ele precisava fazer só uma coisinha básica com você – SEXO! Conforme dito antes, minha cara, não se iluda. O mais próximo que o cueca-amigo vai chegar de você no altar é ser seu querido padrinho de casamento. E chorar emocionado na cerimônia, não está perdendo o grande amor de sua vida, mas porque está perdendo a companheira de buteco.
Eu sei, é triste. Mas existe uma vaga possibilidade de que o cueca-amigo olhe você com outros olhos, descubra que você tem uma vagina alma boa e te pegue de jeito. Sim, a comunidade científica já presenciou casos assim. Casos raríssimos, mas existem. Porém, lamento informar que automaticamente, quando o cueca-amigo te pega ele se transforma num cueca-comum. É, daqueles que você conhece bem, os cuecas-comuns e suas variantes: o cueca-chato, o cueca-chiclete, o cueca-ciumento, o cueca-cafajeste...o príncipe vira sapo meeeesmo, não tem jeito. E com agravantes! Sim, porque ele muda de personalidade mas tem uma ótima memória e sabe todos os seus podres, suas fraquezas, sabe até que você usava botinha ortopédica na infância!
Ah, e não querendo colocar toda a culpa no ser macho, você também, cara amiga, invariavelmente se tornará uma mala que lembrará de toooodas as fraquezas do ex-amigo. Ou seja, toda a amizade que vocês levaram tantos anos pra cultivar vai se transformar na mais comum e corriqueira das DRs de casal...é foda.
Aí, o jeito é voltar à vaca fria, retomar a relação assexuada com o cueca-amigo ou permanecer com ele como namorado e arrumar um outro cueca-amigo pra reclamar do ser numa mesa de buteco...Mas, pelamor, não vá se apaixonar por ele!
Texto com fortes bedelhos colaborações de nossa amiga-quase balzaquiana Angel.