quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fidelidade

Ao decidirmos por escrever sobre esse tema, resolvemos pesquisar as definições sobre o termo Fidelidade, nas mais respeitáveis fontes (Google e Wikipédia), e encontramos fidelidade em tudo quanto era canto: nas relações conjugais, na eletrônica, na informática, na música, na cultura, na política, na física e até na química. Em todas essas áreas percebemos que a essência da fidelidade nada mais é que algo como manter as propriedades conforme as suas características originais ou sua perfeita e exata afinidade.
Achei um chuchu essa definição.
E por que a escolha desse tema? Simples, meus caros balzaks, por motivos deslavados como escassez de temas e por ter me deparado com uma pesquisa onde aponta que apenas 25% dos casais esperam realmente que seus parceiros lhes sejam fiéis. Nesse caso, em seu termo mais comumente conhecido, ou melhor, uma em cada quatro pessoas não quer ser corneada. Porra! Me espantou esse resultado. Afinal, todos bradam tanto sobre a monogamia e na real estão quase que tolerando puladas de cerca com o decorrer do tempo.
Não sei vocês, mas eu faço parte desses 25%. Isso não quer dizer que nunca tenha traído, nunca tenho sido traída e que por vezes até fingi que perdoei o deslize. É aí que tá o problema, acho muito difícil perdoar e ficar com o sujeito depois de uma dessa. A gente até tenta dar uma de boa samaritana, mas, pelo menos atualmente, eu não teria mais saco pra isso, nem para trair, nem para perdoar.
Não acredito na fidelidade partidária ou de camisa também. Acho que entre as áreas onde se aplica – ou não – a fidelidade, a que mais define a minha é a música: “Fidelidade pode ser a qualidade de manutenção ou preservação das características originais de determinada obra ou peça no todo, ou até mesmo de elemento mínimo seu integrante, ou a propriedade ou qualidade de um instrumento musical em se manter conforme as suas características originais ou sua perfeita e exata afinação.”
É claro que não vou ficar citando pesquisas com estatísticas sobre qual sexo, idade, religião ou time de futebol traem mais, muito menos vir com a desculpa milenar de que se houve a necessidade de trair é sinal que algo não estava legal na relação. Dãããã, é claro que muita coisa não estava legal entre eles. Alguns tem a cara de pau de falar que foi para salvar a relação, ou mesmo, que foi para levantar a auto estima – despencando, com direito à eco, a do outro, né. Essa última versão tem até seus pontos verdadeiros, afinal, nem sempre estamos às pampas com nossos complicados egos, mas profinferno que destruindo o do outro vai levantar o nosso. Duvido que alguém se sinta bem resolvido e realizado sacaneando seu companheiro.
Moralismos baratos à parte, eu, mesmo não tendo um relacionamento definido e etiquetado, acredito e mantenho a fidelidade de sentimentos, não apenas o meu pelo companheiro, mas em relação a mim. Se algo não estiver de acordo com nossas características originais, ou seja, se não estamos em exata afinação, chamem os técnicos antes que o negócio caia por terra – ou o galho suba aos céus, os seus, no caso. Já não sinto mais a necessidade de testar meu poder de sedução, nem de polimento em minha auréola e muito menos de me gladiar em culpas. Prefiro a relação basicona do tipo ‘eu e você, você e eu” e não cair no joguinho citado na reportagem: "É o jogo do 'eu sei que você sabe, você sabe que eu sei, mas vamos fazer de conta que ninguém sabe”. Que hipocrisia do baralho. É o mesmo que acreditar que o que os olhos não vêm o coração não sente. Mesmo que você chifre com os olhos fechados o peso há de ser bem maior que os galhos aéreos do sujeito.
Balzaks

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