segunda-feira, 25 de maio de 2009

A sangria desatada

Estou “naqueles dias”... Sim, estou naquele momento do mês em que recebo a boa notícia que, por pelo menos mais um mês, não vou ser mamãe, mas que, pelo menos por uma semana, vou comer o pão que o diabo amassou com a unha do dedão do pé!
Eu não sei vocês, garotas, que estão lendo esse post agora, mas eu, quando entro no meu “ciclo”, me transformo em uma pessoa inválida!
Tudo começa alguns dias antes... choro vendo telejornal quando a Fátima Bernardes diz que o preço da gasolina subiu... choro quando penso no trabalho que se acumula na minha mesa... choro assistindo desenho na sessão da tarde... daí quando minha mãe me pede pra lavar louça, grito com ela como se tivesse me chamado de “filha da puta”... Destrato meus pobres clientes, distribuo buzinadas pra todos os motoboys que passam pelo meu caminho... e quando chego em casa, choro mais um pouco... Maldita TPM!!!! Pior que eu sei a causa do meu descontrole... ”aqueles dias’ estão chegando... Mas mesmo ciente da causa, não consigo me controlar... quando vi, já dei piti.
Até que, enfim, a maledeta chega... a MONSTRUAÇÂO!!! Sempre chega alardeando sua presença, quase sempre numa segunda-feira (que dia mais feliz!) e me acorda na madrugada de domingo, quando geralmente eu sonho que estou me contorcendo de dores, e acordo pra verificar que não é sonho não... tô urrando de dor de verdade.
Lá vou eu levantar cambaleante, verificar o lençol que está em um estado deplorável, trocar de roupa, colocar o maldito absorvente, tentar achar um remédio pra me dopar até as primeiras horas da manhã... Deitar e rolar de dor, de dor e de dor!!!!
Que coisa horrorosa!!! E sabe o que eu mais odeio? Comercial de absorvente!!!
Começa que não existe menstruação azul (alguém deveria dizer isso pros publicitários-cuecas que idealizam os comerciais). Segundo, porque uma mulher menstru nunca está feliz, sorridente e desinchada como as atrizes-propaganda dos comerciais. Nós ficamos feias, gordas, mal-humoradas e espinhentas.
Aquela conversinha mole do comercial de que “incomodada ficava a sua avó” é mentira da grossa. Eu fico muito incomodada sim, aliás, conforme eu disse acima, eu fico inválida!!
Morro de dor nas pernas, na barriga, nas costas, na cabeça, nos peitos (seria mais fácil descrever onde não sinto dor), tenho enjôo, não consigo comer direito (isso é bom hehe), o mau humor aumenta, meu cabelo fica oleoso, minha pele vira um chokito, tenho que caprichar no desodorante porque fico com “asa”, tenho que tomar 3 banhos por dia (porque, afinal, sou muito fresca e limpinha), fico barriguda, tenho que me dopar de remédios que me fazem ficar chapada uma semana inteira, e pior de tudo, tenho que trabalhar e fazer todas as demais atividades da semana como se nada disso estivesse acontecendo, porque nunca vi nenhuma desgraçada entrar em licença-saúde porque estava “naqueles dias”!
Eu sei que esse meu “momento Amy Winehouse de chico” vai acabar na próxima semana... eu sei que vou esquecer do meu martírio assim que ele acabar. Nós, calcinhas, temos a propensão natural de esquecer o que é dor (não fosse assim, ninguém teria o segundo filho depois de sofrer a dor do parto do primeiro, né?). Mas não é justo. Os cuecas-borradas jamais conseguiriam passar por um ciclo menstrual incólumes. Por isso mesmo é que a natureza não deu esse “presente de grego” pra eles.
Agora, com licença, vou trocar o absorvente, tá? Pouts, esqueci de novo... tem algum na bolsa pra me emprestar?
Angels

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