quinta-feira, 7 de maio de 2009

Reflexos de Bub's

Vendo esse texto que minha amiga desavergonhadamente postou, fiquei puta da vida! E ao mesmo tempo muito feliz por não ser essa pobre coitada dessa mãe e nem a minha mãe (a Bub's) ter sido uma, embora ela tivesse sonhado em ser.
Nunca tive uma mãe que fizesse tudo isso por mim, pelo menos não por muito tempo, mas agradeço muito por isso, pois foi essas e outras que moldaram meu perfil de mãe. Fui criada independente e meus filhos se lascaram com isso também.
Mas minha mãe me mima bastante quando nos encontramos, o que não é muito frequente, com guloseimas e massas que me engordam e me deixam feliz.
Quanto aos presentes dos dias das mães foram sempre lastimosos, coitada.
Quando pequena eu resolvia fazer festinhas a ela. Já disse aqui que desde cedo sou empreendedora e mão-de-vaca, então, eram festas com orçamentos super reduzidos, consequentemente, o bolo era no modelo pizza com cobertura de caramelo de açúcar – aqueles duros pra baralho – ficava um horror! Fazia beijinhos de coco que eu não sei pramódequê tinham cheiro de galinha e brigadeiros econômicos – você só conseguia mastigar um por festa e com o maxilar travando - E eu tinha o disparate de chamar a família toda para essas torturas. Havia também os presentes ‘artesanais’ com muitas flores roubadas e dobraduras indecifráveis, mas coloridas e com muito amor. Não pagava um décimo das minhas molecagens. Putz, hoje eu saco que mãe perdoa tudo mesmo, assim como essa história que criança não tem pecados é balela, pois pago os meus agora que sou da classe materna.
Mas gosto da função divinamente atribuída. São momentos de lágrimas de alegria, de tristeza, petelecos e croques quando me pentelham muito.
Não sou uma mãe, digamos, convencional. Eu prefiro, por exemplo, que meu garoto faça aulas de violão, judô e futebol do que catecismo (e venham as pedras!) E amaria que minha garota fosse skatista e baterista. Compro coturnos - ao invés de sapatinhos de verniz -, cd’s, dvds de desenhos, livros... Mas me esqueço completamente do apontador ou do durex colorido, exigido pela escola para algum trabalhinho. Faço momentos de leitura, de brincar de stop, futebol americano, pula-pula, guerra de bolinhas de meia, vídeos e de torturas com as minhas nóias e papos balzaquianos sobre a ‘vida lá fora’. Sou uma coroca para se alimentarem de forma saudável, mas libero o cachorro quente ou qualquer porcaria em dias de alegrias súbitas. Só quero que eles se tornem pessoas admiráveis.
Confesso que não sou exatamente a mãe que eles querem ou precisam, mas creio que os amiguinhos deles trocariam a deles por uma assim, por alguns momentos. Já eu não trocaria os meus por nenhum deles.
Quantos aos presentes, é claro que faço questão de recebê-los e estou mesmo precisada. Mas não vou nem dar uns toques, pois eu os proíbo de acompanhar esse tipo de blog. (Viu, como eu tenho um pouco de bom senso materno?). Mas prefiro os presentes inventados que os domésticos, embora um edredon, um jogo de sofá ou até mesmo um microondas faria correr brilhinhos pelos meus olhos.
Mas gostaria de deixar o meu xamego às grandes mães boas e condenáveis sociamente, como eu.

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