sexta-feira, 7 de maio de 2010

Pãe!


O que é ser pãe?
Não é só a junção de mãe e pai.
Não é só ficar louca quando aquele pedacinho de carne se contorce de cólicas e você praticamente não pode fazer nada. E passa os três intermináveis meses com cara de zumbi escarrado.
Nem ficar azeda com os momentos fisiológicos de seus bebês.
Não é virar psiconeurótica nos supermercados, shoppings e lanchonetes, correndo atrás de seus pimpolhos para eles saírem das luminárias ou de cima das prateleiras.
Não é só ficar com os olhos esbugalhados quando sua eterna criança começa a ter penugem no buço, pêlo no saco e congestiona o banheiro da casa. Além de te olhar com carinha de esnobe.
Não é também ficar de cara quando sua garotinha de apenas 7 anos cola na prova, muito menos quando ver as mechas rosas que ela fez no cabelo.
Isso sem falar quando ela aparece em casa com uma aliança de compromisso, com apenas 9 anos de idade!!!
O sofrimento de ver seus filhos desaparecerem por horas e depois descobrir que estavam nadando em um córrego fétido não influencia muito no ‘ser mãe’.
Os tombos, as queimaduras de 3° grau, as doenças quase fatais e o dinheiro gasto com chicletes (que juntando tudo, daria para trocar os dentes pelos de ouro)...

Tudo isso é quase que imediatamente esquecido quando você acorda de manhã e se depara com aqueles rostinhos roliços, macios, serenos, remelentos e dóceis...
Quando caem fofos de bunda no chão ao se virar para receber sua aprovação ao mostrar seu primeiro andar cambaleante.
Ficar com a cara de babaca achando o ser o mais inteligente e estratégico do mundo quando eles vêm com aquele 171 para se livrar de uma tarefa ou justificar um erro.
Quando te fazem café-da-manhã com bolachas, “velantas”, “qui tas”, eno-laranja, carolinas - que sinceramente eu não gosto, mas nunca confessarei a eles -, florzinhas de mato e as melhores caras safadas do mundo.
A melhor homenagem que eu poderia receber Deus já me deu.

Balzaks
Ao Lucas e à Luana

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