terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ueba!!!

\o/
Eu não preciso de muitos motivos para comemorar.
A falta de motivos já se torna um. Portanto, estou me despedindo de cada minuto de 2009.
Mesmo que não tenha sido o ano tão promissor como prometido no início dele, 2009 me deu grandes alegrias. Poucas conquistas, mas muitos valores.
Foi o ano de preciosas descobertas.
Vendi meu carro velho, destruidor de tantos reais e folhas de cheque e faz de conta que isso foi pra ajudar o planeta.
Percebi a delícia que é ficar em casa e ver cada pedacinho de cimento conquistado.
Minha televisão cresceu e me obedece.
Minha flor agora sabe andar de bicicleta e logo seus ralados vão parar de arder tanto, principalmente quando se tem aquele ventinho com gosto de adrenalina e liberdade no rosto.
Meu garoto sentiu o frio na barriga da sua vidinha semi adolescente.
Meus amigos deixaram o emprego para se dedicar à profissão e estão colaborando muito com o mundo depois disso.
Descobri que eu também posso mudar minha vida, basta um pouco mais de esforço.
Redescobri o amor e o aprendizado como uma forte colaboração nessas mudanças.
E eu vou fazer, sim, grandes promessas para 2010, ou talvez, repeti-las o tempo necessário até formular outras.
Vou pedir muita proteção, clareza e direção a todos os anjos e seres de luz. Como também, abraços, beijos e amassos de outros seres, em ambientes com pouca luz.
Mas, no momento, eu só peço minhas férias, meus amigos, meu biquíni, meu protetor solar e muita breja gelada na virada.

Até 2010, queridos balzaks!!!


Balzaks

Palavras de um futuro bom

Final de ano me deprime. As mesmas músicas de Natal tocadas na harpinha (graças a Deus, só nessa época que aparece a maldita harpinha), as mesmas comidas que engordam horrores, mas que com certeza comeremos, a correria pra comprar aqueles presentes de última hora que quase nunca agradam, tudo isso debaixo de sol escaldante alternado com a chuva torrencial dos natais do lado de baixo do Equador. Tão diferente da paisagem quase etérea dos cartões nevados importados da terra do Tio Sam.
Final de ano pra mim significa cansaço, uma correria desnecessária pra não se chegar a lugar algum. Um calor insuportável, que bota qualquer branquela que se preze pra sofrer. Quilos a mais e uma preguiça ostensiva pra malhar. E uma falta de grana danada, visto que uma profissional liberal que resolve problemas alheios durante o ano todo é esquecida por seus clientes nas vésperas dessas noites-felizes. E nada de décimo-terceiro.
Nessa época a cidade fica cheia de gente “que vem visitar a família”. Daí você encontra aquele(a) amigo(a) tão gente boa que de repente já não tem mais muito assunto com você. Os especiais das emissoras de TV são tão bestas e iguais em todos os anos, mas a gente sempre acaba vendo nas retrospectivas e afins que choveu pra caramba em São Paulo e que morreu um monte de ator velho nesse ano que passou.
E réveillon pra mim não deixa de ser menos deprimente. Colocar a roupa branca, a calcinha vermelha, pular as sete ondas (no meu caso, só se for na represa), tomar champagne à meia-noite, fazer a contagem regressiva com a TV ligada assistindo os fogos de Copacabana...mais do mesmo.
Juro que não queria me sentir tão TPM nessa época, mas é mais forte que eu. Juro que já tentei dormir no dia 24 e acordar no dia 02, mas não deu. Portanto, que passem logo esses dias melancólicos, pra que a gente volte à doce rotina dos dias úteis permeados de finais-de-semana e feriados.
Esse ano prometo que não prometerei nada... não vou pedir nenhuma ajuda celestial, não vou começar nenhuma dieta, não vou pedir pra emagrecer, pra papai do céu me dar um namorado lindo, fiel, gentil e tarado, não vou implorar pra ganhar o dobro da grana que eu ganhei no ano que passou, não vou pedir paz no mundo ou consciência ambiental pros seres humanos. Vou simplesmente passar uma noite. Mais uma noite. E beber e dançar até ficar cansada, até o dia amanhecer. Até o ano amanhecer. Porque é só mais um dia, mais um ano, e que seja simplesmente bom... sem grandes pretensões.
Faço, portanto, minhas as palavras do grande poeta Drummond:


Receita de Ano Novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido (mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um anonão apenas pintado de novo,
remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo,
eu sei que não é fácil
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
(Carlos Drummond de Andrade)

Angels

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Perfeitinha

Eu não lembro se já despejei minha ira sobre esse texto do Arnaldo Jabor, mas é que eu fico puta toda vez que o recebo por email.
É quase um atestado virtual de baranga.
“Você tá um lixo, meu bem, a verdadeira visão do inferno, mas é muito gente boa, não desista que alguém ainda vai te comer”.
Entre uma garota de cabelos e vestido esvoaçantes, tomando uma água de côco, com a bunda rochedo e você de jeans, camiseta, rabo de cavalo e com uma latinha de skol na mão, qual a atitude do cueca-mantena?
Vai secar a garota e te chamar pra pagar uma gelada.
Pra mim isso é papo de neguinho que não pega mulher gostosa, não as comerciais, ou tá querendo fazer moral com as respectivas barangas.
É, eu me dei o trabalho de pesquisar quem é a esposa do Arnaldão. Tem cara de gente fina, é bem sucedida profissionalmente, deve manguaçar o caneco e é BARANGA!
Qualquer semelhança comigo é mera coincidência.
Isso não é um texto promovendo minha baixa auto-estima ou minha TPM, não se preocupem. Eu me encaixo na seção gostosa e que gosta de sexo. Mas não recuso pasteizinhos, palavrões variados, cervejas e bolinhos de arroz.
E esse papo do sorriso incessante? Eu acordo muitas vezes de mau humor ou o adquiro durante o dia facilmente e não conheço um cueca que goste disso, que ache ‘autêntico’ quando estou azeda. Vai te achar uma autêntica bruxa! Aliás, eles adoram falar que a gente tá com cara de cu, mesmo quando você está com aquela cólica do inferno e monstruando em cascatas e a pessoa dá mancadas clássicas masculinas.
Por que as amantes estão sempre sorridentes? Porque vocês não as vêem em momentos da ‘vida real’, meu bem.
Eu conheço uma garota que sorri o dia todo, a típica pessoa constantemente feliz. Me irrita profundamente. Até gostaria de ser assim, mas sem fumar unzinho a cada meia hora pra manter a cara Smurfete, como diz o Arnaldo.
Para mim mulher que sorri muito tem que ser muito bem amada e muito ‘pêga’ de jeito.
Mas o Arnaldão cai numas contradições em relação a outros textos. Ele cita no texto sobre traição que a mulher tem que se manter bonita e malhada, senão vira corna. Que para trair o homem só precisa de uma bunda.
Eu acredito que as mulheres não procuram os mais gostosos para trair e sim os que as considerem mais gostosas. É uma delícia dar pra um cara que te acha gostosa, mesmo quando seu corpo não tenha passado pelo photoshop.
Calma garotas! Não vão sair dando pro primeiro pedreiro que assoviar, Sonrisal nesse joelho.
E nada de corpo mole.
Trate de malhar, fazer cabelo, unha, peeling, depilação a laser, drenagem ninfática, redução de estômago, mandinga, remova a sobrancelha taturana, chame por oxum (mas dê oferenda boa, coça esse bolso, nega), esqueça tua skol, consuma produtos com colágeno, pílulas de castanha da índia, se entupa de fibras, frutas, legumes, fume trinta baseados por dia pra desencanar e deixar a Hebe no chinelo (cuidado com a larica, caso ela bata, volte pra seção fibras e folhas)... e seja trocada por uma com tudo isso, mas 20 anos a menos.

Balzak

SMS (Sempre a Mesma Sacanagem)

Como não sou balzaquiana desde o nascimento, tive minhas tolices de adolescente. Embora tentasse parecer a fodona, a heavy metal porra loca, ainda caía nas pequenas babaquices juvenis. Já comprei revistinha Astral, do João Bidu, já cruzei nomes e signos pra ver se combinavam (eca), já peguei no verde quando falava alguma coisa ao mesmo tempo que uma amiga e até hoje tenho mania de ver placas de carro para ver se tem 3 zeros seguidos (0, 0, 0: quero ver quem eu quero. Aff.).
Já vi os tipos de beijos de cada signo, cor preferida e o escambau para tentar ganhar os gatinhos da época. É claro, que não funcionava. Aliás, pouca coisa funcionava para mim naquela época. Os meninos queriam coisas que eu não podia proporcionar. Ainda bem, nenhum valia tanto trabalho assim. Hoje sei de outras formas, ao vivo.
Mas, ultimamente a coisa tá pior. Os malditos torpedos invadem toda a programação da TV e da net. É um tal de envia a palavra tal pra a puta que pariu para adquirir as coisas mais bizarras: se aquele gatinho beija bem e se ele combina com você. Garota, que provavelmente não lê esse blog, seu celular não vai te responder isso. Sai beijando, meu bem. Experimenta.
Outros realizam os teus mais variáveis sonhos de consumo, desde bens a milhões de reais. Ta boa né. Hoje quase todo mundo tem celular, se fosse assim todos ninguém tava nessa pindaíba desgraçada. Confesso que a BMW do Pânico me tentou, mas só de pensar em pagar o IPVA, desisti de mandar o “menor lance via torpedo”.
E os toques de músicas cretinas, como aquele toque nojento te chamando pelo nome? Eu com um celular que ficasse com aquela voz chocha me chamando pro coito faria eu virar uma mosca cada vez que tocasse em público. Em casa teria efeitos Activia.
Existe um que é uma espécie de ponto de encontro SMS, daria um nome de lanchonete para Emo, de tão fofo. Mas na verdade essa ‘amizade’ tem fortes tendências a sexo mesmo. Todos são lindos, jovens e ricos, ou seja, balela, minha nega. Provavelmente os freqüentadores do tal “bate-papo” possuem passado sexual igual a zero.
Pasmem, até bíblias eles estão sorteando por SMS! É a evangelização tecnológica móvel. É Jesus sempre perto de você, onde você estiver – contanto que tenha sinal. Vai benzer, meu povo. Ou mande em torpedo para receber as bênçãos do Padre Quevedo.
Eu ia colocar o link, mas acho que isso é coisa do cão. Travou tudo aqui quando tentei abrir. Não vou fazer isso com vocês. Vocês são abençoados por conseguir ler esse blog.
E ainda tem emissora de TV achando que vai me fazer gastar meus sagrados créditos votando no paredão do BBB ou na roça da Fazenda por SMS (tarifa + impostos). É demais pra minha cabeça.
Daqui a pouco tudo vai ser feito via SMS. Exemplo: entrevista de emprego. No futuro, ao abrir o jornal você vai se deparar com o seguinte anúncio: “se você quer fazer parte do setor de limpeza da nossa empresa, mande uma mensagem com a palavra FAXINEIRA para o número 6969”.
É a tecnologia...
Se gostou do texto, manda um torpedo. Mas já adianto que aqui não tem prêmio nenhum.
Angel e Balzak