terça-feira, 19 de outubro de 2010

O ESTEREÓTIPO IDEAL


Eu adoro um estereótipo. Adoro esteriotipar tudo, é como um hobby pra mim. Quando vou a algum lugar, sempre me pego observando os seres passantes ao redor e inventando clichês para todos. Às vezes teço comentários com alguém próximo sobre os rótulos que mentalmente coloquei. “Olha a garota-da-laje com sua calça de popozuda-que-desce-até-o-chão”.... “Olha o micareteiro-beijo-20-e-não-como-ninguém-vou-de-abadá-na-academia” e por aí vai.

Os estereótipos me perseguem. Não consigo viver sem eles.

Até os meus pretês-cuecas são estereotipados. Eu não tinha me dado conta disso, até um amigo me alertar para o fato. Nunca estive com um cara “normal”. Ou era o “cowboy”, o “leprechau”, o “depressivo”, o “bonito/burro” e por aí vai. Sempre.

E o mais interessante é que eu mesma não me considero estereotipada. Nunca fiz um tipo certo, determinado, daqueles que se alguém fala: “Angel? A perua? A hiponga? A engajada?” todo mundo reconhece. Sou até bem comum. O que é um tanto quanto chato.

Adoraria ter um estereótipo pra mim. Mas não qualquer estereótipo (Deus me livre ser a “depressiva-espalha-roda-que-só-fala-de-doença, por exemplo).

Queria mesmo ser um estereótipo de comédia romântica nova-iorquina.
Guardadas as devidas proporções, adoraria ser uma balzaquiana bem resolvida, que mora sozinha num apartamento bacana com uma vista pra Manhattan (ou qualquer outro lugar bacanudo e com metro quadrado caríssimo).
Daquele tipo que trabalha muito, mas que ganha mais ainda. Que não vive sem seu blackberry por nada, que tem uma secretária-capacho que sabe mais da sua agenda do que ela mesma. Que está sempre na última moda, com um estilo pessoal inconfundível. Que compra muito, mas não é escrava da beleza tampouco do cheque especial. Que vai em livrarias pra passar o tempo e lá encontra um cara charmoso com o sotaque do Hugh Grant. Que depois de uma implicância recíproca, tem um relacionamento saudável com esse cara, sendo que ambos moram em casas separadas e viajam pelo mundo nas férias, juntos ou separadamente, mas sempre se encontrando no final. Daquele tipo que não tem problemas com seu peso-pena, afinal é vegetariana e faz ioga e pilates regularmente.

Seria ótimo poder desfrutar do bom transporte coletivo de um bairro chique, só pra não poluir a cidade com meu carro de meio milhão que ficaria parado na garagem só para ocasiões especiais. E andar naqueles táxis amarelos com taxistas indianos. E vez por outra descer a algumas quadras do meu prédio para fazer uma caminhada pelas ruas movimentadas de gente bonita com seus casacões de Natal. E segurar displiscentemente um daqueles copões de café descafeinado...

Ah...que bom seria...

Angel
 

4 comentários:

Anônimo disse...

Vai sonhando, mal-amada-sem-noção é pouco.

Angels disse...

O "anônimo" aí de cima é um clássico dos estereótipos: "punheteiro-não-pega-ninguém-vou-xingar-pela-internet-pra-me-sentir-menos-sozinho"

Vai tomar um sol na laje, vai?

CAUSOS DE HIPOTÉTICO disse...

Pra mim, esse É o seu esteriótipo: a-que-sonha-em-ser-protaginista-de-filme-agua-com-açucar!

Bjooo

balzak disse...

Ow povo briguento!! kkkk
Mas eu ri com o 'Vai tomar sol na laje". Mais uma para omeu repertório de TPM kkkk.
Isso num é coisa de Deus não.