sexta-feira, 29 de outubro de 2010

DE REPENTE... 30

É, meus queridos, enganei vocês...apesar de escrever pra esse “Papo Balzaquiano” há um bom tempo, eu não era uma balzaquiana legítima.

Mas agora tudo isso mudou....pois bem, hoje faço 30 anos! \o/ PARABÉNS PRA MIM!!!!

E, nestas três décadas que Deus me deu, devo dizer que estou agradecida. Não vou dizer aquele blá blá blá de 30 anos muito bem vividos, porque na verdade, a gente nunca tá satisfeita de verdade com o que tem. Confesso que ainda tenho muitos sonhos para realizar, muitos medos para superar, muitas conquistas para comemorar, muitos quilos a perder, etc, etc, mas, no mais, tá tudo muito bom pra mim.

E confesso ainda que há alguns anos atrás eu não me imaginava do jeito que sou hoje. Há dez anos atrás, eu achava que com 30 eu ia ter casa própria, marido roncando do lado da cama, carrão na garagem, hollerit cheio de zeros e filhos perfeitos. Toda ou quase toda mocinha de 20 anos imagina que a sua vida será assim aos 30 anos.

Nada disso aconteceu, e mesmo assim, continuo agradecida. Eu não conseguiria ser eu mesma cuidando de um marido, cheia de preocupações no casamento e encanações com a educação de serezinhos dependentes de mim. Quem sabe um dia, né? Tudo bem que a parte da casa própria, carrão na garagem e hollerit recheado me apetecem bastante, mas isso aí, com certeza, um dia virá (tô lutando bravamente pra isso).

No mais, acho que fiz tudo certinho. Sou uma moça de 30 anos que tem um monte de amigos que me enchem de felicidade e me levam pra beber por todos os motivos, uma família discreta que eu aprendi a entender (e a defender), um trampo que me enche o saco às vezes, mas que me ensina muito a cada dia. Um pouquinho de conhecimento pra escapar das muitas ciladas da vida, amores possíveis e impossíveis, cuecas para passar o tempo e render histórias, dois cachorros de personalidade forte e um carro popular que eu chamo de Bubu. Além de milhares de reais gastos em cremes, sapatos, perfumes, roupas, bolsas e butecos que poderiam ter sido investidos na casa que eu não comprei. Uma veneração eterna por balas de goma, um medo danado de barata e uma ligeira propensão hipocondríaca...enfim...sou muito feliz!

Parafraseando a Cássia Eller: “Eu ando nas ruas, eu troco um cheque, mudo uma planta de lugar.Dirijo meu carro, tomo meu pileque, e ainda tenho tempo pra cantar... Eu só peço a Deus, um pouco de maladragem, pois sou criança e não conheço a verdade... Eu sou poeta e não aprendi a amar”

Quem sabe, depois de 30 anos... eu ainda sou uma garotinha?
Angel

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O ESTEREÓTIPO IDEAL


Eu adoro um estereótipo. Adoro esteriotipar tudo, é como um hobby pra mim. Quando vou a algum lugar, sempre me pego observando os seres passantes ao redor e inventando clichês para todos. Às vezes teço comentários com alguém próximo sobre os rótulos que mentalmente coloquei. “Olha a garota-da-laje com sua calça de popozuda-que-desce-até-o-chão”.... “Olha o micareteiro-beijo-20-e-não-como-ninguém-vou-de-abadá-na-academia” e por aí vai.

Os estereótipos me perseguem. Não consigo viver sem eles.

Até os meus pretês-cuecas são estereotipados. Eu não tinha me dado conta disso, até um amigo me alertar para o fato. Nunca estive com um cara “normal”. Ou era o “cowboy”, o “leprechau”, o “depressivo”, o “bonito/burro” e por aí vai. Sempre.

E o mais interessante é que eu mesma não me considero estereotipada. Nunca fiz um tipo certo, determinado, daqueles que se alguém fala: “Angel? A perua? A hiponga? A engajada?” todo mundo reconhece. Sou até bem comum. O que é um tanto quanto chato.

Adoraria ter um estereótipo pra mim. Mas não qualquer estereótipo (Deus me livre ser a “depressiva-espalha-roda-que-só-fala-de-doença, por exemplo).

Queria mesmo ser um estereótipo de comédia romântica nova-iorquina.
Guardadas as devidas proporções, adoraria ser uma balzaquiana bem resolvida, que mora sozinha num apartamento bacana com uma vista pra Manhattan (ou qualquer outro lugar bacanudo e com metro quadrado caríssimo).
Daquele tipo que trabalha muito, mas que ganha mais ainda. Que não vive sem seu blackberry por nada, que tem uma secretária-capacho que sabe mais da sua agenda do que ela mesma. Que está sempre na última moda, com um estilo pessoal inconfundível. Que compra muito, mas não é escrava da beleza tampouco do cheque especial. Que vai em livrarias pra passar o tempo e lá encontra um cara charmoso com o sotaque do Hugh Grant. Que depois de uma implicância recíproca, tem um relacionamento saudável com esse cara, sendo que ambos moram em casas separadas e viajam pelo mundo nas férias, juntos ou separadamente, mas sempre se encontrando no final. Daquele tipo que não tem problemas com seu peso-pena, afinal é vegetariana e faz ioga e pilates regularmente.

Seria ótimo poder desfrutar do bom transporte coletivo de um bairro chique, só pra não poluir a cidade com meu carro de meio milhão que ficaria parado na garagem só para ocasiões especiais. E andar naqueles táxis amarelos com taxistas indianos. E vez por outra descer a algumas quadras do meu prédio para fazer uma caminhada pelas ruas movimentadas de gente bonita com seus casacões de Natal. E segurar displiscentemente um daqueles copões de café descafeinado...

Ah...que bom seria...

Angel
 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Independente Futebol Clube

Imagem meramente ilustrativa

Já falamos bastante de namoro novo nesse blog. Aquela coisa cuti, onde os envolvidos não conseguem se desgrudar. Saídas à francesa de baladas para se curtir, pegação no pé, aquela coisa de ‘Você é meu e eu sou seu’, etc.

E como nesses momentos os pombinhos se sentem, realmente, como se pertencessem um ao outro, eles têm a amarga ilusão de que isso tudo será para sempre. Ao fogo e ferro. Aff... tadicos!

No início até ativam as borboletas adormecidas dentro de nós, mas se não deixamos claro a real, corremos o risco de manter um relacionamento pra lá de doentio.

Tenho visto muitos casos desses nos últimos tempos.

Salvo alguma exceção – que eu não conheço – isso só tende a dar zica do começo ao fim. É aí que chega o momento de decidir se para logo no início e se poupa de tantos infortúnios ou se continua tentando uma mudança que não virá nunca.

O fim é a única certeza nesse tipo de lance. Se a opção é acabar no começo, ainda resta tempo e cútis bonita para ser feliz novamente.

Quando não, as conseqüências de um término são momentos de nitroglicerina pura, meus caros. A baixaria é geral: envolve família, amigos, cachorro, gato e galinha. Aliás, galinha e cachorro são termos constantemente utilizados.

Mas a coisa que me deixa mais puta - puta mesmo! – é essa de devolver presentes. Caralho! Já deu? Esquece, então, meu. Presente tem validade agora? Tempo de adesão? Manocu.

O pior ainda é quando um dos sujeitinhos começa a infernizar a vida do outro.

Sei de um palhaço que arrombou a casa da ex, quebrou uma porrada de coisas e ainda roubou o restante. Isso incluindo todas as suas lingeries! O que que um tipinho inútil desse quer da vida? Bem feito, apanhou largado, as calcinhas de oncinha ficaram apertadas e meia calça desfiou. Do jeito que é mimado, deve ter recusado a sobremesa naquele dia.

Esse é do tipo que merece que alguém o debruce nos joelhos e chinele sua bunda branca e o faça tirar o dedo da boca.

O dono do boteco perto de casa se separou da mulher e ela levou a máquina de cartão de crédito. Que vaca!!! Era a salvação pra minha cervejinha em dias difíceis!

Tudo isso sem contar com os crimes passionais.

Isso não é amor não, minha gente. Nem de longe.

Gentis, dedo podre todo mundo pode ter, mas não deixe apodrecer o resto, please. Não se sacaneie por muito tempo não. Sofra de uma vez só, na cama quentinha e sem que a vizinhança, os amigos da facul, os colegas de trampo, a família e o dono da venda saibam. Logo isso passa e você vai se ver toda serelepe numa tarde de sol a caminho do mar. (/piegas)

Desapegue, despache, descarregue e desencana!

Balzaks

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A BARBIE MALIBU


Uma das figuras femininas mais curiosas é a famosa “Barbie Malibu”. A Barbie Malibu é aquela mulher que todos, eu disse, todos os cuecas, um dia sonham em pegar.

Suas curvas, o seu rosto, o seu cabelo, tudo é simetricamente perfeito, como em uma boneca. Mas assim como uma boneca, a Barbie Malibu não tem nada em seu cérebro além de espuma e vento.

Você pode dizer que eu tenho inveja da Barbie Malibu. De fato, adoraria ter aquele corpo de BBB que sai na revista masculina, adoraria namorar o cara mais sarado, o mais rico, o mais popular, adoraria não ter que trabalhar pra pagar as minhas contas (no mundo de Barbie Malibu trabalho nunca foi prioridade), mas simplesmente não tenho o menor talento pra isso. Somos de fábricas diferentes. Se eu fosse uma boneca, certamente estaria mais pra Fofão do que pra Barbie Malibu.

A Barbie Malibu tem uma carcaça perfeita. E se não nasceu assim um cirurgião plástico prontamente resolverá seu problema. Os peitos de silicone fazem parte do produto e não podem ser vendidos separadamente. A Barbie Malibu sempre está cercada de “Kens”, namorados tão perfeitos e acéfalos quanto ela.

Trabalhar nunca foi o forte da moça. As Barbies Malibu bem-nascidas têm uma herança que proporciona uma vida quase no padrão Paris Hilton. As que nasceram pobres não têm muita dificuldade em caçar um bom dote e serem sustentadas sem cerimônia pelos bonecos-machos. Um corpinho de Barbie Malibu abre muitas carteiras.

Infelizmente, sexo não é o forte delas. Já se sabem que bonecas, por mais articuladas ou infláveis que sejam, não conseguem ter um desempenho fantástico na hora H. Sei disso ao ouvir as reclamações unânimes dos amigos que levaram uma Barbie Malibu pra cama. Alguns tomam coragem, cansam de brincar e devolvem o brinquedo pra fábrica.

Sentimentos também não foram detectados nessas criaturas. Estão sempre sorrindo, para não borrar a maquiagem, mas parecem não entender as piadas alheias.

Casamento é uma instituição importantíssima pra elas, que pretendem ser promovidas à categoria Barbie Noiva, muito invejada. O que importa para a Barbie é o vestido, a festa e o buquê. O que fazer depois disso, elas desconhecem.

Se um pretê seu estiver envolvido com uma Barbie Malibu, lamento, mas será difícil demovê-lo desta situação. Não porque elas sejam fortes concorrentes, são burrinhas e não representam grande perigo. Porém, pra qualquer homem, andar com uma Barbie Malibu a seu lado sempre é motivo de orgulho. Afinal, ele ta comendo a mulher dos sonhos de todos os seus amigos. Mesmo que ela não participe muito da “coisa”.

Mas ainda há esperanças. Como todo brinquedo, a Barbie Malibu, de tanto brincar... enjoa.

Angel
 
****
Pessoas, perdoem Angel por sua revolta contra a Barbie. Na verdade ela sempre pediu uma de Natal e sempre recebeu a Susy. Ah! E sofria bulling também. Tadinha. É trágico. (Balzak)